PORTO PRÍNCIPE - O conselho eleitoral do Haiti disse na terça-feira que vai abrir uma investigação depois da descoberta de cédulas queimadas em um terreno do governo. Muitas delas eram votos para o ex-presidente René Préval.
Préval declarou na terça-feira que uma "grande fraude" o impediu de vencer a eleição no primeiro turno. Poucas horas depois, as notícias de que centenas de votos foram encontrados em um lixão de Porto Príncipe provocaram raiva e manifestações de simpatizantes de Préval.
- Isso é absolutamente inaceitável - afirmou o secretário-geral do Conselho Eleitoral Provisório (CEP), Rosemond Pradel, encarregado de organizar a eleição presidencial no país - O CEP não era responsável pelas cédulas - acrescentou.
Segundo ele, a segurança das urnas era de responsabilidade das tropas da ONU no país, lideradas pelo Brasil.
- Não posso responder por esses problemas, mas vamos estabelecer uma comissão para investigar- disse Pradel.
O porta-voz da ONU, David Wimhurst, declarou que as cédulas deveriam ter sido fechadas em sacos lacrados e levados a um contêiner protegido por tropas da entidade. Wimhurst disse que as cédulas poderiam ser procedentes de nove postos eleitorais nos arredores da capital, que foram saqueados durante a eleição, com a perda de cerca de 35 mil votos. Ele também reconheceu que funcionários de postos eleitorais podem ter participado da fraude.
No distrito de Truitier, onde as cédulas queimadas foram encontradas, simpatizantes de Préval e moradores disseram que isso foi uma tentativa de impedir que tenham voz na frágil democracia do Haiti.
- As pessoas não vão aceitar perder o voto - disse um líder comunitário que não quis se identificar.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas