O Haiti começou vagarosamente neste sábado a recolher os mapas eleitorais, depois de um pleito legislativo que atraiu poucos eleitores mas não teve a dose de violência que atrapalhou procedimentos democráticos anteriores.
Tropas das Nações Unidas começaram a trazer os mapas eleitorais de cidades e vilas remotas para o centro de apuração na capital Porto Príncipe, segundo Max Mathurin, chefe do Conselho Eleitoral Provisório haitiano.
- Alguns já chegaram no centro de tabulação, mas provavelmente não vamos começar a falar em números até segunda-feira - afirmou Mathurin.
O segundo turno eleitoral, realizado na sexta-feira, para escolher 97 dos 99 membros da Câmara dos Deputados e 30 senadores, vai definir se o presidente eleito do país, Rene Preval, que venceu no primeiro turno de 7 de fevereiro, terá suficiente influência no Congresso. Decidirá também o próximo primeiro-ministro.
O Haiti, país mais pobre das Américas, tem sofrido com ditaduras e violência pela maior parte dos seus 202 anos. O antecessor de Preval como presidente, o ex-padre Jean-Bertrand Aristide, foi derrubado em fevereiro de 2004 durante uma revolta armada, em meio a acusações de corrupção e autoritarismo. Desde então, o país tem sido governado por uma autoridade interina, enquanto tropas das Nações Unidas e a polícia tentam manter a ordem entre os simpatizantes e os opositores de Aristide.
Uma pessoa foi morta a tiros na sexta por um parente que apoiava um candidato rival, de acordo com a polícia.
O comparecimento às urnas foi muito baixo, estimado em 15% dos eleitores registrados, segundo observadores da União Européia.