Sobreviventes do tremor passam por escombros que ainda cobrem a capital Porto Príncipe: país mais pobre das Américas tem 80% da população vivendo com menos de US$ 2 por dia| Foto: Eduardo Muñoz/Reuters

Brasil

Amorim anuncia US$ 172 milhões para ajudar país caribenho

Na esteira do anúncio de doações gigantescas, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, anunciou ontem que o Brasil fornecerá US$ 172 milhões (R$ 307 milhões) para financiar a reconstrução e o desenvolvimento do Haiti.

O Brasil afirma já ter desembolsado R$ 300 milhões para socorrer os desabrigados.

"Ajudar o Haiti vai além de qualquer luta política, religiosa e ideológica. É um desafio para que a comunidade internacional demonstre sua vontade e capacidade de se unir em favor de uma causa justa", disse Amorim, que participou da conferência internacional de doadores em Nova Iorque.

Amorim disse ainda que a doação inclui US$ 40 milhões (R$ 71 milhões) que virão do programa de assistência do Brasil e da União das Nações Sul-americanas (Unasul) e outros US$ 15 milhões (cerca de R$ 27 milhões) destinados a aliviar o déficit do governo haitiano.

"O Brasil confia na capacidade do Haiti de superar os fatos que enfrenta e assumir o pleno controle de seu destino", disse Amorim, que copreside o evento.

Amorim afirmou ainda que a prioridade dos países doadores deve ser o apoio ao "crescimento de longo prazo, que garanta justiça social, estabilidade política e os direitos humanos"

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Veja os números da tragédia haitiana
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Os Estados Unidos e a União Eu­­ropeia anunciaram ontem a doa­­ção de US$ 1,15 bilhão (cerca de R$ 2 bilhões) e US$ 1,6 bilhão (cerca de R$ 3 bilhões), respectivamente, para a reconstrução do Haiti, atingido em 12 de janeiro passado por um devastador terremoto que deixou mais de 230 mil mortos e 2 milhões de desabrigados.

A secretária de Estado Hillary Clinton anunciou a ajuda norte-americana – a maior feita por um único país – durante a conferência internacional de doações em prol do Haiti, que reúne cerca de 120 países, organizações internacionais e grupos de ajuda humanitária na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque.

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"Os Estados Unidos se comprometem com US$ 1,15 bilhão para a recuperação e a reconstrução do Haiti a longo prazo", afirmou Hillary. "Este dinheiro se destinará ao plano do governo haitiano nas áreas de agricultura, energia, saúde, segurança e governabilidade."

Já a alta representante de Po­­lítica Externa da UE, Catherine Ashton, anunciou a doação de 1,235 bilhões de euros e disse que o plano "vai além da reconstrução e inclui a descentralização, os investimentos em agricultura, educação e infraestrutura".

Juntos, UE e EUA responderam por quase 80% dos US$ 3,9 bilhões (cerca de R$ 7 bilhões) pedidos pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Ashton, que pediu um novo começo para o país caribenho e um novo "contrato social" para avançar no combate à pobreza, disse que estas doações devem ajudar o Haiti a "voltar a produzir o milagre da vida diária".

Recuperação

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O plano de recuperação do governo haitiano inclui a descentralização da economia e a criação de empregos e riquezas fora de Por­­to Príncipe, capital com cerca de 4 milhões de habitantes.

O ministro de Finanças e Eco­­nomia haitiano, Ronald Bau­­din, disse no início da semana que o país esperava obter doações de pouco mais de US$ 4 bilhões no período de três anos, US$ 1,3 bi­­lhão (R$ 2,3 bilhões) a ser liberado ao país nos primeiros 18 me­­ses.

O Haiti já era o país mais po­­bre das Américas mesmo antes do terremoto de magnitude 7 que atingiu a nação, no dia 12 de janeiro, com altos índices de de­­semprego e analfabetismo e uma população de 9 milhões, com quase 80% vivendo com menos de US$ 2 por dia.

Estimativas dos danos totais causados pelo terremoto estão entre US$ 8 bilhões e US$ 14 bi­­lhões.