Depois de viver, há seis meses, o pior terremoto da história recente do país, o Haiti recebeu apenas 2% dos US$ 10 bilhões prometidos por vários países. O enviado especial da Missão de Estabilização das Nações Unidas, embaixador Leslie Voltaire, alertou nesta quarta-feira (14) a comunidade internacional sobre a situação. Ainda há cerca de 1,6 milhão de desabrigados no país. Segundo ele, uma das barreiras é a falta de organização de instituições para absorver a ajuda e administrar os recursos.
As informações são da Organização das Nações Unidas (ONU). O terremoto, de 7 graus na escala Richter, em 12 de janeiro, matou cerca de 222 mil pessoas e deixou 2 milhões de desabrigados e desalojados no país. Prédios públicos e privados foram destruídos. Escolas e hospitais desapareceram sob os escombros.
"Muitos resultados positivos foram obtidos durante a fase de transição. Mas, seis meses após o terremoto, ainda não houve a recuperação esperada. Mais de 1,6 milhão de pessoas permanecem desabrigadas", disse o embaixador. Voltaire mencionou as dificuldades durante a discussão do Conselho Econômico e Social da ONU sobre o Haiti.
De acordo com a agência BBC Brasil, o país está se reconstruindo lentamente. O chefe do Departamento de América Central e Caribe do Itamaraty, ministro Rubens Gama Filho, disse que, depois do terremoto, aumentou em 95% o índice de desemprego no Haiti. O diplomata brasileiro afirmou, ainda, que as perdas provocadas pelo terremoto equivalem a 120% do Produto Interno Bruto (PIB).
Dos cerca de 1,5 milhão de desabrigados, a maioria ainda vive em barracas improvisadas, que foram doadas pela ONU. A sobrevivência de muitos está ligada diretamente ao comércio informal. As crianças, principais vítimas do terremoto, distraem-se nos acampamentos com jogos. Calcula-se que metade das pessoas mortas nos tremores era de crianças e boa parte das que sobreviveram ficou órfã.
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