Os haitianos olham para Barack Obama como seu potencial salvador, dizendo que o primeiro presidente negro dos Estados Unidos é a sua maior esperança de construir um novo país a partir dos destroços deixados pelo terremoto da semana passada.
Em meio ao caos e à miséria na arruinada capital haitiana, sobreviventes perplexos ficam de ouvidos grudados no rádio para tirar consolo e inspiração da promessa de Obama de se empenhar pessoalmente na ajuda ao Haiti.
"O sr. Obama diz que vai ajudar a nos salvar. Estou rezando a Jesus por isso", disse o estudante Steeve Grange, de 18 anos, que disputava com outras pessoas a chance de recarregar seu celular nos cabos elétricos do gerador de uma emissora de rádio. "Os haitianos estão muito orgulhosos do sr. Obama", acrescentou.
Muita gente neste país, o mais pobre das Américas, vê Obama como um superastro com afinidades com o Haiti, onde escravos rebeldes derrotaram os colonizadores franceses e proclamaram em 1804 a independência da primeira república negra do mundo.
"O fato de Obama ser o primeiro presidente negro dos EUA e o Haiti ser a primeira república negra pode compeli-lo a ficar mais atento às necessidades do Haiti", disse Patrick Moussignac, diretor da Rádio Televisão Caraíbas, maior rede de comunicação do país, que oferece energia gratuita para a recarga de celulares da população.
"Assim como as pessoas acreditam que Obama se importa com o Haiti, os haitianos se importam com Obama também", acrescentou.
Uma semana depois de um dos piores desastres naturais já ocorridos no mundo, a ajuda emergencial ao Haiti ainda demora a chegar a sobreviventes famintos e desesperados. O governo, ele próprio em choque, estima que entre 100 mil e 200 mil cidadãos tenham morrido.
Há na cidade um disseminado temor de que a frustração da população com a demora na distribuição de ajuda provoque violência no país, que mesmo antes da tragédia já costumava ser apontado como um Estado falido.
O haitiano Berly Renfort, que viveu na Flórida até ser deportado, disse que preferiria passar 10 anos preso em uma prisão norte-americana do que outro dia no país que ele deixou aos seis anos de idade.
"Pelo menos na prisão eles te dão três refeições por dia", disse Renfort, de 21 anos.
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