Haley busca força em estado natal nos EUA, mas cresce pressão para que abandone campanha contra Trump

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Pré-candidata pelo Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos, Nikki Haley viajou nesta quarta-feira (24) para seu estado natal, a Carolina do Sul, do qual foi governadora, a fim de dar impulso a sua campanha, enquanto cresce a pressão na própria legenda para que ela desista.

Caso isso venha a acontecer, o ex-presidente Donald Trump será o nome restante na disputa pela candidatura republicana à presidência dos EUA nas eleições de novembro.

Trump derrotou Haley nas duas primeiras votações das primárias do partido, nos estados de Iowa e New Hampshire, e desta vez tentará se reerguer em terreno conhecido.

Única adversária de Trump nas primárias, já que os demais principais pré-candidatos desistiram e declararam apoio a ele, Haley permaneceu firme em sua determinação de não abandonar a corrida. "Precisamos superar a negatividade e nos concentrar em soluções para o futuro. Aqui está uma dura verdade: votei em Trump duas vezes. Tive orgulho de servir aos Estados Unidos e à sua administração. Concordo com muitas de suas políticas. Mas, com ou sem razão, o caos o segue", disse Haley em um comício em North Charleston, na Carolina do Sul.

A candidata foi embaixadora dos EUA na ONU durante o mandato do empresário. "Não podemos ter um país de cabeça para baixo em um mundo em chamas e passar por mais quatro anos de caos. Não sobreviveremos a isso. Não se supera o caos democrata com o caos republicano. E aqui está outra verdade: você não pode consertar nada se não vencer em novembro", disse.

A candidata de 52 anos também se baseia em sua idade para se apresentar como uma alternativa viável a Trump, de 77, e ao atual presidente, Joe Biden, de 81, que quase certamente será confirmado como candidato à reeleição pelo Partido Democrata.

"Com tudo o que está acontecendo em nosso país e no mundo, vamos mesmo nos obrigar a escolher entre dois octogenários concorrendo à presidência? (...) Os americanos merecem mais do que essas duas opções", afirmou.

Embora Haley espere que as primárias na Carolina do Sul, em 24 de fevereiro, reforcem sua candidatura, a oposição interna está trabalhando contra ela. A presidente do Comitê Nacional Republicano, Ronna McDaniel, disse à rede de televisão FOX nesta quarta (24) que não vê Haley ganhando a indicação na convenção do partido em julho.

"Acho que ela fez uma grande campanha, mas há uma mensagem muito clara vinda dos eleitores: devemos nos unir em torno de nosso eventual candidato, que será Donald Trump, e devemos nos certificar de que derrotaremos Joe Biden", disse. Segundo ela, essa não é a opinião do Comitê, mas dos próprios eleitores.

Há outras vozes que foram mais claras ao pedir a desistência de Haley, como o senador J.D. Vance. "Neste momento, Haley pode sair ou ajudar os democratas", disse ele na rede social X.

Na mesma rede, o congressista John Cornyn se manifestou de forma parecida, com um apelo a favor de Trump. "Já vi o suficiente. Para vencer Biden, os republicanos precisam se unir em torno de um único candidato, e está claro que Trump é a escolha dos eleitores", afirmou.

O ex-presidente americano conquistou 54,55% dos votos de apoiadores nas primárias de New Hampshire, enquanto Haley ficou com 43,2%. (Com Agência EFE)