O grupo palestino Hamas afirmou ontem que "não se opõe" ao monitoramento da União Europeia na passagem fronteiriça em Rafah, entre a Faixa de Gaza e o Egito. A sugestão feita seria um modo de romper o bloqueio israelense e egípcio ao território controlado pelo Hamas. Mais cedo, o governo egípcio disse que manterá aberta "indefinidamente" a fronteira com a Faixa de Gaza, mas apenas para a entrada de ajuda humanitária e para que ocorra um certo número de viagens.
"Nós não nos opomos à presença de um organismo de monitoramento europeu na passagem de Rafah, contanto que não haja interferência israelense nesse assunto", afirmou um porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri.
A Espanha, que ocupa a presidência rotativa da UE, afirmou que divulgará em breve uma proposta para encerrar o bloqueio israelense na Faixa de Gaza. A iniciativa é sugerida após a ação israelense para interceptar uma flotilha humanitária que seguia para Gaza, que resultou em nove ativistas mortos, na semana passada.
Um funcionário egípcio disse que o cerco à Faixa de Gaza, que já dura três anos, levou apenas a mais militância e radicalismo no território palestino.
O gesto egípcio restaura uma ligação entre a isolada e empobrecida Faixa de Gaza, com 1,5 milhão de habitantes, e o mundo exterior. A medida também parece ser maneira do Egito reduzir as crescentes críticas, no mundo árabe, à participação do Cairo no cerco à Faixa de Gaza. "O Egito é um dos que quebrou o bloqueio", disse Hossam Zaki, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Egito.