Um alto dirigente do movimento islamita Hamas na Cisjordânia afirmou que a organização poderia aceitar um acordo de paz entre a Autoridade Nacional Palestina (ANP) e Israel aprovado pelo povo em um referendo.
"Temos o direito de rejeitar um acordo que (o presidente da ANP) Mahmoud Abbas traga, assim como vocês têm sua própria oposição. Mas eu sublinho aqui: aceitaremos os resultados de um referendo nacional e a decisão da maioria", declarou o líder Hassan Youssef ao jornal israelense "Times of Israel".
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) prometeu que submeterá qualquer acordo negociado com Israel a um referendo, que será estendido para os palestinos na diáspora.
As palavras de Youssef se afastam da posição histórica do movimento islamita, que não reconhece Israel nem os acordos assinados entre o país e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
No entanto, na última década alguns dirigentes do Hamas disseram que se Estado judeu se retirar das fronteiras prévias à guerra de 1967 poderiam aceitar esta solução em troca de uma trégua a longo prazo.
"Se Israel reconhecer os direitos de nossa nação e permitir o estabelecimento de um Estado palestino com plena soberania, como qualquer outro povo, na minha opinião é possível que haja paz", afirmou o dirigente do Hamas na cidade cisjordaniana de Ramala.
No entanto, o líder argumentou que até o momento Israel ignora os direitos da nação palestina. "O Hamas está de acordo com a ideia de criar um Estado palestino nas fronteiras de 1967 com plena soberania. As forças da ocupação devem abandonar nossas terras que ocuparam em 1967", afirmou,
Além disso, acrescentou que o grupo poderia interromper os ataques contra israelenses caso as partes pactuem um cessar-fogo.
"O movimento está preparado para assinar um acordo de trégua temporária com a potência ocupante israelense por um período de tempo estipulado entre as duas partes", garantiu.
Na opinião de Youssef, que foi libertado há dois meses de uma prisão israelense, a nação palestina não está interessada em mais sofrimento e que a prioridade deve ser conseguir a reconciliação nacional.
Youssef lembrou que atualmente 150 membros do Hamas estão em prisões da ANP na Cisjordânia e ressaltou a disposição do movimento islamita de realizar eleições imediatamente, o que teria o objetivo de acabar com as disputas com a facção rival Fatah.
O líder islamita é talvez mais conhecido por ser o pai de Musab Hassan Youssef, ex-membro do Hamas que abandonou o movimento e se converteu ao cristianismo e relatou sua vida no livro "Filho do Hamas", no qual critica duramente seus antigos correligionários.
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