Possível acordo para cessar-fogo e liberação de reféns entre Hamas e Israel é o segundo firmado em mais de um ano e dois meses de guerra| Foto: EFE/Exército de Israel
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O grupo terrorista palestino Hamas disse nesta quarta-feira (25) que as negociações para um cessar-fogo em Gaza “avançam com seriedade”, mas que Israel impôs novas exigências em pontos-chave que atrasaram a obtenção de um acordo. A afirmação foi negada na sequência pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que acusou o Hamas de "mentir novamente".

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Israel e o Hamas progrediram em um possível acordo na última semana, quando o grupo terrorista chegou a afirmar que o cessar-fogo e troca de prisioneiros poderiam acontecer se a ocupação israelense no território de Gaza deixasse de "impor novas condições". As negociações seriam mediadas pelo Egito, com ajuda do Catar e Estados Unidos.

“O movimento tem demonstrado responsabilidade e flexibilidade. No entanto, a ocupação introduziu novas questões e condições relativas à retirada (das tropas israelenses de Gaza), ao cessar-fogo, aos prisioneiros e ao retorno das pessoas deslocadas, o que atrasou a obtenção de um acordo que estava ao alcance”, anunciou o Hamas no comunicado desta quarta.

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Em resposta, o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, negou as informações, acusando o Hamas de recuar em relação ao que já foi acordado, criando dificuldades nas negociações. “No entanto, Israel continuará incansavelmente seus esforços para devolver todos os nossos sequestrados”, disse Netanyahu em comunicado.

Nesta terça (24), a equipe de negociação israelense - que inclui membros de alto escalão de serviços de inteligência - retornou ao país após uma semana de negociações para “consultas internas para a continuação" das conversas, segundo outro comunicado divulgado por Netanyahu.

Enquanto isso, o Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos, principal grupo que representa as famílias das 96 pessoas ainda mantidas como reféns pelo Hamas, pediu ao governo israelense que assine um acordo, argumentando que “as condições nunca foram melhores”.

“A forte declaração do presidente (eleito dos Estados Unidos, Donald) Trump, de que espera um acordo até 20 de janeiro (quando ele tomará posse), combinada com o apoio do governo (do presidente americano atual, Joe) Biden e as notáveis conquistas de Israel em campo, criaram uma oportunidade sem precedentes. As ameaças do Hamas diminuíram, o Hezbollah e sua liderança foram eliminados, e (o ex-chefe do Hamas, Yahya) Sinwar não existe mais”, disse o grupo.