O movimento islamita Hamas condenou nesta quarta-feira (23) as críticas feitas por um alto funcionário da ONU sobre a recente descoberta de um túnel cavado entre a Faixa de Gaza e o território de Israel.
O porta-voz do grupo que controle Gaza, Fawzi Barhum, afirma em comunicado que a posição da ONU "sobre nossa (forma de) resistência é ver a questão com um só olho e é uma posição parcial".
O secretário-geral adjunto da ONU para Assuntos Políticos, Jeffrey Feltman, qualificou a construção de um túnel 2,5 quilômetros descoberto entre Gaza e o território israelense de "violação de cessar-fogo", que pôs fim à última ofensiva bélica na zona em novembro de 2012.
Feldman fez nesta semana um repasse da situação no Oriente Médio e tachou de "difícil de encontrar" um progresso no atual processo de negociação entre isralenses e palestinos.
Ao mesmo tempo, o secretário condenou o grupo islamita por ter cavado o túnel, depois que o porta-voz do braço armado do Hamas, Abu Obeida, disse que milicianos da facção tinham sido responsáveis pela construção e planejavam usá-lo para realizar ataques contra Israel.
Sua descoberta neste mês levou Israel a interromper a transferência de materiais de construção à Faixa com o argumento de que os grupos armados de Gaza os empregam para cimentar as passagens com o objetivo de capturar israeleses e trocá-los posteriormente por presos palestinos.
"O senhor Feltman vê o conflito com um só olho e suas declarações mostram uma clara posição parcial. Não vê as violações diárias contra nosso povo e nem a violência contra nossos agricultores e pescadores", disse Barhum.
O porta-voz do Hamas acrescentou que a ONU fracassou em "proteger" os palestinos "dos assassinatos e agressões", e defendeu que a resistência armada é a única via para defender seu povo.