Soldadas liberadas pelo Hamas no mês passado| Foto: EFE/EPA/STR
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O braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qassam, anunciou nesta segunda-feira (10) que não haverá troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos no próximo sábado (15) devido a supostas "violações" dos termos do acordo de cessar-fogo por parte de Israel.

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"Consequentemente, a entrega dos prisioneiros sionistas programados para serem liberados no próximo sábado, 15 de fevereiro de 2025, será adiada até novo aviso", declarou o grupo terrorista islâmico em comunicado.

De acordo com um porta-voz do Hamas, Abu Obeida, Israel atrasou o retorno dos deslocados de Gaza ao norte da Faixa e "abriu fogo contra eles", além de obstruir o fluxo de ajuda humanitária que deveria entrar no enclave nas últimas semanas.

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Para seguir com a trégua, o grupo terrorista "exige" uma “compensação retroativa” pelas supostas violações do cessar-fogo ou não libertará os reféns "até novo aviso".

As Forças de Defesa de Israel deixaram completamente neste domingo (9) o Corredor Netzarim, uma estrada artificial leste-oeste que corta a Faixa de Gaza, segundo a emissora de rádio militar israelense.

A medida, programada para o 22º dia do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, permite que os palestinos que tiveram que deixar suas casas devido à guerra retornem para o nordeste do enclave.

As forças de Israel já tinham saído parcialmente do corredor há quase duas semanas, mas mantiveram algumas posições no lado leste da estrada (mais próximo do território israelense).

De agora em diante, elas ficarão posicionadas somente no Corredor Filadélfia (ao longo da fronteira com o Egito) e na “zona tampão” de 500 a 700 metros de largura que separa Gaza de Israel.

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No sábado (8), Tel Aviv enviou uma delegação a Doha, no Catar, para negociar “detalhes técnicos” do acordo de cessar-fogo, mas não para debater como implementar a segunda fase, informou a imprensa israelense.

Ainda no final de semana, três reféns israelenses foram liberados na Faixa de Gaza com sintomas de "desnutrição grave": Or Levy, de 34 anos; Eli Sharabi, de 52; e Ohad Ben Ami, 56 anos.

"São cenas difíceis", disse o representante do Ministério da Saúde, Hagar Mizrahi, em entrevista coletiva no Hospital Ichilov de Tel Aviv, onde dois dos reféns libertos estão começando a recuperação.

Além da deterioração física, os reféns também enfrentam perdas familiares: a esposa de Levy foi morta nos ataques do Hamas em 7 de outubro, deixando um filho de três anos de idade. A esposa e as filhas de Eli Sharabi, de 13 e 16 anos, foram mortas no mesmo dia, enquanto seu irmão sequestrado foi morto em Gaza, de acordo com uma investigação militar inicial.

Ao todo, o governo israelense estima que 76 vítimas ainda permanecem em cativeiro na Faixa de Gaza.

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