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Por meses, o líder do Hamas, Yahya Sinwar, tentou convencer o Irã e o grupo terrorista libanês Hezbollah a participar do devastador ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, cujo resultado deixou um rastro de destruição e cerca de 1,2 mil mortos em Israel.
Em documentos obtidos pelo jornal The New York Times, o grupo terrorista esperava que a operação fosse a mais devastadora das últimas quatro décadas do conflito e tentou, por meio de reuniões secretas, convencer seus aliados políticos a participar da operação em solo israelense.
Desde 2021, o Hamas teria evitado confrontos diretos com Israel, com o intuito de reunir recursos e força de guerra para a operação surpresa de 7 de outubro do ano passado, chamada nas atas das reuniões secretas do grupo como “o grande projeto”. Um dos objetivos do ataque era aproveitar o momento de instabilidade política de Israel, em meio à uma queda de braço do governo de Netanyahu e o judiciário israelense, assim como de interromper o estreitamento de relações do país com a Arábia Saudita.
Os documentos obtidos pelo Times foram descobertos em um computador durante operação de soldados israelenses em um centro de comando subterrâneo do Hamas em Khan Younis. Ao todo, os arquivos trazem informações de dez reuniões do alto escalão do Hamas, realizadas entre 2021 e maio de 2023.
O cronograma inicial do Hamas previa realizar um ataque conjunto, com o apoio total ou parcial de Irã e Hezbollah, no dia 30 de setembro, durante a comemoração do Yom Kippur, o dia mais sagrado do calendário judaico.
Impaciente com a indecisão dos aliados em embarcar na operação, o Hamas decidiu atacar sozinho Israel em 7 de outubro. O Irã entraria diretamente no confronto apenas no dia 13 de abril de 2024, enquanto o Hezbollah veio em auxílio do Hamas em 8 de outubro deste ano.