Por Nidal Al Mughrabi GAZA (Reuters) - Um soldado israelense capturado há exatamente um ano por militantes na Faixa de Gaza pediu tratamento médico e incentivou Israel a libertar prisioneiros palestinos em uma gravação de áudio divulgada por militantes do Hamas na segunda-feira pela Internet.
Exceto por uma carta manuscrita enviada aos pais dele em setembro, não havia sinal de vida do sargento Gilad Shalit desde que ele foi levado para a Faixa de Gaza por militantes que haviam cruzado a fronteira com Israel por um túnel.
"Estou na prisão durante um ano inteiro, e minha saúde está se deteriorando. Preciso de uma longa hospitalização", disse Shalit, em hebraico, na gravação. "Lamento a falta de interesse do governo e dos militares israelenses pelo meu caso e seu fracasso em atender às exigências", acrescentou.
Falando à TV israelense, o pai de Shalit confirmou que a voz pertence ao recruta de 20 anos, promovido de cabo a sargento quando estava no cativeiro.
O Hamas, um dos três grupos que assumiram a autoria conjunta do sequestro, disse anteriormente que divulgaria a gravação para marcar um ano da captura.
Shalit pediu que Israel aceite um acordo para sua libertação. "Assim como eu tenho pai e mãe, milhares de presos palestinos têm pais e mães cujos filhos devem ser-lhes devolvidos", afirmou.
Negociações mediadas pelo Egito foram suspensas nos últimos meses devido à violência entre as facções palestinas na Faixa de Gaza, onde agora o Hamas governa sozinho, e também por causa da violência entre palestinos e israelenses.
"Fomos flexíveis de toda forma possível quando se tratou de um acordo de troca, mas o lado israelense foi fraco demais para tomar uma decisão", disse Osama Al Muzaini, dirigente do Hamas. "A bola agora está na quadra israelense."
O Exército do Islã, outro grupo responsável pelo sequestro, mantém em cativeiro também o jornalista britânico Alan Johnston, que no domingo apareceu em um vídeo divulgado pela Internet - dizia ter explosivos em torno da cintura, que seriam detonados caso os líderes do Hamas cumprissem sua ameaça de libertá-lo à força.
Abu Mujahed, porta-voz dos Comitês de Resistência Popular, outro dos grupos responsáveis pelo cativeiro de Shalit, disse que as facções devem celebrar o primeiro aniversário da captura do militar sequestrando outros soldados israelenses para que sejam trocados por mais de 10 mil palestinos em prisões israelenses.
"O soldado Shalit nunca será solto até que vejamos nossos prisioneiros soltos e entre nós", disse ele num comício do qual participaram dezenas de famílias de palestinos presos por Israel.
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