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As Brigadas Al-Qassam, braço armado do grupo terrorista Hamas, anunciaram nesta quinta-feira (15) que um de seus terroristas matou um refém israelense mantido em Gaza por “vingança”.
O terrorista teria matado o refém logo após ter recebido a notícia de que seus dois filhos tinham morrido em um suposto ataque do Exército de Israel.
“Após investigar o assassinato de um dos prisioneiros do inimigo pelo seu guarda, descobriu-se que este agiu por vingança, indo contra suas ordens, após receber a notícia de que os seus dois filhos tinham sido martirizados em um dos massacres do inimigo”, explicou nesta quinta em um comunicado o porta-voz das Brigadas Al-Qassam, o terrorista Abu Obeida.
Obeida frisou que o assassinato do refém “não representa a ética ou os ensinamentos religiosos sobre o tratamento dos presos”, e prometeu “reforçar as instruções” depois de duas ocorrências semelhantes.
A ala militar do Hamas informou há três dias que um dos prisioneiros israelenses foi morto a tiros pelo seu guarda, em circunstâncias que iriam investigar; e que outras duas reféns também ficaram feridas após serem baleadas pelos seus captores, em um “incidente” separado.
O grupo terrorista disse na segunda-feira (12) que “esforços estavam sendo feitos para salvar suas vidas”, mas não esclareceu se morreram ou não.
“Consideramos o inimigo totalmente responsável por todo o sofrimento e perigos enfrentados pelos seus prisioneiros devido ao seu flagrante desrespeito por todos os padrões humanitários e morais e ao seu genocídio brutal contra o nosso povo”, disse Abu Obeida.
Pouco depois do comunicado do seu porta-voz, as Brigadas Al-Qassam postaram no seu canal de Telegram a fotografia de um homem aparentemente morto, envolvido em um lençol branco ensanguentado, juntamente com a mensagem: “Sua brutalidade é um perigo iminente para seus prisioneiros”.
Em relação ao assassinato do refém e às outras duas feridas, o Exército israelense afirmou na segunda-feira (12) que não possui “nenhuma informação de inteligência que lhe permita refutar ou confirmar as afirmações do Hamas”.
Dos 251 sequestrados em 7 de outubro, durante os ataques do Hamas contra Israel, 111 permanecem no enclave, pelo menos 39 deles mortos, segundo Israel pôde confirmar - mais de 70, segundo o Hamas -; enquanto ainda há outros quatro reféns sequestrados anteriormente, dois deles mortos.
Do número total de reféns, quatro foram libertados pelo Hamas em outubro; sete resgatados pelo Exército – uma soldado em outubro, dois em Rafah em fevereiro e quatro em Nuseirat em junho -; enquanto os corpos de 24 reféns foram recuperados, três dos quais foram mortos por engano pelas tropas israelenses em dezembro em Shujaiya.
Desde o início da guerra, Israel e Hamas só chegaram a um acordo de trégua de uma semana no final de novembro, que permitiu a libertação de 105 reféns em troca de 240 prisioneiros palestinos.