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Um porta-voz do Hamas no Cairo, no Egito, confirmou nesta terça-feira (20) o cessar-fogo na Faixa de Gaza e disse que uma trégua entra em vigor à meia-noite (20 horas no horário de Brasília). O porta-voz do governo de Israel, Mark Regev, no entanto, disse que à emissora norte-americana CNN que o acordo de cessar-fogo com militantes de Gaza não foi finalizado. Regev afirmou que a "bola segue em jogo".
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Em contrapartida, fontes ligadas ao governo de Israel teriam confirmado o anúncio do presidente egípcio, Mohamed Mursi, de que ataques serão suspensos ainda nesta terça-feira, na Faixa de Gaza, mas Tel Aviv diz que negociações ainda estão em curso. Segundo fontes citadas pelo jornal "Haaretz", o acordo deve ser assinado na quarta-feira (21), no Cairo. Enquanto isso, ataques entre o Hamas e o Exército israelense continuam.
"O esforço para concluir uma trégua entre os lados palestino e israelense irá produzir resultados positivos nas próximas horas", disse Mursi, segundo a agência de notícias egípcia Mena, acrescentando que a ofensiva contra Gaza acaba nesta terça-feira.
O anúncio otimista de Mursi foi confirmado por um porta-voz do Hamas, no Cairo. Ayaman Taha disse que o acordo foi fechado e o anúncio oficial será às 21 horas (horário local). Autoridades israelenses também apontam para uma trégua próxima. Segundo fontes consultadas pelo "Haaretz", a trégua não deve ser assinada em nenhum documento.
"Passos imediatos são necessários para evitar qualquer escalada, incluindo a operação por terra, que só pode resultar em mais tragédia", disse Ban, no Cairo, fazendo um apelo para uma trégua imediata.
Depois de se reunir com Netanyahu e outras autoridades israelenses, Hillary Clinton vai a Ramallah, onde deve se encontrar com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, na quarta-feira. Ela não vai tem encontro marcado com autoridades do Hamas.
Ban Ki-moon chegou a Jerusalém nesta terça-feira, depois de participar, no Egito, das negociações indiretas para a trégua. Ele se reuniu com o chanceler israelense, Avigdor Lieberman, e com o premier. Lieberman explicou que se Israel optar por um ofensiva por terra será uma operação limitada, enquanto Netanyahu reforçou que não hesitará em fazer o necessário para proteger os cidadãos do seu país.
"Comentários e declarações públicas pedindo para Israel evitar uma ofensiva terrestre servem de apoio ao Hamas e aprofundam o atual conflito", disse Lieberman.
O líder do Hamas Khaled Meshal e o chefe da Jihad Islâmica Ramadan Abdullah Shalah devem se reuniram nesta manhã com o chefe da inteligência egípcia, Raafat Shehata, em uma tentativa de acertar os últimos detalhes do cessar-fogo. De acordo com fontes no Cairo, citadas pelo jornal israelense "Haaretz", a trégua seria implementada em duas fases. Na primeira, os dois lados suspenderiam os ataques, e depois haveria uma discussão sobre o fim do bloqueio a Gaza, imposto por Israel desde 2007.
Na noite de segunda-feira, membros da equipe de Segurança de Israel se reuniram para discutir as últimas iniciativas para um acordo com o Hamas. O governo concordou em dar mais tempo aos esforços diplomáticos internacionais, dizem fontes. Segundo o "Jerusalem Post", uma solução diplomática é a primeira opção de Israel, mas a ofensiva terrestre ainda não foi descartada.
Em reunião nesta manhã com o chanceler alemão, Guido Westerwelle, Netanyahu disse exigir que o cessar-fogo inclua "uma acordo de longo alcance que assegure o fim dos lançamentos de foguetes de Gaza". O premier israelense voltou a dizer que prefere uma solução diplomática, mas que "Israel tem o direito de se defender por outros meios".
Morteiros caem perto de Jerusalém
Mais cedo, sirenes foram acionadas em Jerusalém, pela segunda vez desde o início do confronto com o Hamas. Segundo o jornal "Haaretz", dois morteiros caíram em uma área aberta ao sul da cidade e não há vítimas ou estragos. O Hamas assumiu a autoria do ataque. Minutos antes, um foguete atingiu uma estrutura no Conselho Regional de Eshkol, no sul do país, ferindo duas pessoas. Em Gaza, o dia também foi de ataques. Israel bombardeou o banco do território, e cinco pessoas teriam sido mortas.
Só nesta manhã, foram lançados de Gaza mais de 80 morteiros contra o sul de Israel. Um soldado ficou ferido em Eshkol. A cidade de Beersheba, também no sul, foi alvo de quase 20 foguetes. Não há relatos de vítimas, mas um dos hospitais da cidade precisou ser esvaziado. Um ônibus, casas e um carro foram atingidos pelos projéteis palestinos. Na cidade de Negev, cinco israelenses. À tarde, um morteiro vindo de Gaza atingiu uma casa em Ashkelon. Segundo primeiros relatos, nove pessoas ficaram feridas.
Em Gaza, o Exército israelense bombardeou o banco da Faixa de Gaza. O interior do prédio foi destruído, dizem fontes. O Hamas montou o banco depois que investidores estrangeiros, com medo de serem enquadrados em leis contra o financiamento de terroristas (países como Israel e EUA consideram o Hamas um grupo terrorista), pararam de fazer negócio com o governo do território. Segundo soldados israelenses, cerca de 100 alvos foram atacados durante a noite. Cinco pessoas teriam morrido e outras dez teriam ficado feridas.
Um quarto dos mortos palestino são crianças
O aumento do número de civis mortos na ofensiva israelense a Gaza aumenta a pressão internacional por uma trégua. De acordo com dados do ministério da Saúde no território, 40% dos mortos palestinos são mulheres, crianças e idosos. Dos 112 mortos no confronto, que entra hoje em seu sétimo dia, 28 são crianças.
Os dados motivaram críticas de várias ONGs internacionais e da Unicef. Uma das mortes mais emblemáticas aconteceu no domingo, quando 11 pessoas da mesma família morreram em Gaza, vítimas de um bombardeio. Entre as vítimas, estavam quatro crianças - entre 2 e 5 anos - e seis mulheres.
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