Trégua entra em vigor meia-noite (20h, no horário de Brasília)| Foto: REUTERS/Yannis Behrakis
Manifestantes palestinos tentam rebater bomba de gás lançada por soldados israelenses
Palestinos carregam corpo após ataques de Israel à Faixa de Gaza
Palestinos protestam na Faixa de Gaza
Soldados israelenses tomam posição durante confronto com palestinos armados com pedras
Funeral terminou em confusão nesta terça-feira (21) na Faixa de Gaza
Guardas israelenses prendem manifestante contrário à operação militar em Gaza
Soldado israelense patrulha a fronteira com Gaza
Palestinos armados com pedras enfrentam soldados israelenses em Gaza
Artilharia de Israel ilumina área na Faixa de Gaza
Policiais palestinos ao lado do corpo de seu colega Rushdi Tamimi, de 31 anos, morto durante o conflito com Israel
Palestino joga pedra no exército israelense
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Um porta-voz do Hamas no Cairo, no Egito, confirmou nesta terça-feira (20) o cessar-fogo na Faixa de Gaza e disse que uma trégua entra em vigor à meia-noite (20 horas no horário de Brasília). O porta-voz do governo de Israel, Mark Regev, no entanto, disse que à emissora norte-americana CNN que o acordo de cessar-fogo com militantes de Gaza não foi finalizado. Regev afirmou que a "bola segue em jogo".

Veja fotos do conflito na Faixa de Gaza

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Em contrapartida, fontes ligadas ao governo de Israel teriam confirmado o anúncio do presidente egípcio, Mohamed Mursi, de que ataques serão suspensos ainda nesta terça-feira, na Faixa de Gaza, mas Tel Aviv diz que negociações ainda estão em curso. Segundo fontes citadas pelo jornal "Haaretz", o acordo deve ser assinado na quarta-feira (21), no Cairo. Enquanto isso, ataques entre o Hamas e o Exército israelense continuam.

"O esforço para concluir uma trégua entre os lados palestino e israelense irá produzir resultados positivos nas próximas horas", disse Mursi, segundo a agência de notícias egípcia Mena, acrescentando que a ofensiva contra Gaza acaba nesta terça-feira.

O anúncio otimista de Mursi foi confirmado por um porta-voz do Hamas, no Cairo. Ayaman Taha disse que o acordo foi fechado e o anúncio oficial será às 21 horas (horário local). Autoridades israelenses também apontam para uma trégua próxima. Segundo fontes consultadas pelo "Haaretz", a trégua não deve ser assinada em nenhum documento.

"Passos imediatos são necessários para evitar qualquer escalada, incluindo a operação por terra, que só pode resultar em mais tragédia", disse Ban, no Cairo, fazendo um apelo para uma trégua imediata.

Depois de se reunir com Netanyahu e outras autoridades israelenses, Hillary Clinton vai a Ramallah, onde deve se encontrar com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, na quarta-feira. Ela não vai tem encontro marcado com autoridades do Hamas.

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Ban Ki-moon chegou a Jerusalém nesta terça-feira, depois de participar, no Egito, das negociações indiretas para a trégua. Ele se reuniu com o chanceler israelense, Avigdor Lieberman, e com o premier. Lieberman explicou que se Israel optar por um ofensiva por terra será uma operação limitada, enquanto Netanyahu reforçou que não hesitará em fazer o necessário para proteger os cidadãos do seu país.

"Comentários e declarações públicas pedindo para Israel evitar uma ofensiva terrestre servem de apoio ao Hamas e aprofundam o atual conflito", disse Lieberman.

O líder do Hamas Khaled Meshal e o chefe da Jihad Islâmica Ramadan Abdullah Shalah devem se reuniram nesta manhã com o chefe da inteligência egípcia, Raafat Shehata, em uma tentativa de acertar os últimos detalhes do cessar-fogo. De acordo com fontes no Cairo, citadas pelo jornal israelense "Haaretz", a trégua seria implementada em duas fases. Na primeira, os dois lados suspenderiam os ataques, e depois haveria uma discussão sobre o fim do bloqueio a Gaza, imposto por Israel desde 2007.

Na noite de segunda-feira, membros da equipe de Segurança de Israel se reuniram para discutir as últimas iniciativas para um acordo com o Hamas. O governo concordou em dar mais tempo aos esforços diplomáticos internacionais, dizem fontes. Segundo o "Jerusalem Post", uma solução diplomática é a primeira opção de Israel, mas a ofensiva terrestre ainda não foi descartada.

Em reunião nesta manhã com o chanceler alemão, Guido Westerwelle, Netanyahu disse exigir que o cessar-fogo inclua "uma acordo de longo alcance que assegure o fim dos lançamentos de foguetes de Gaza". O premier israelense voltou a dizer que prefere uma solução diplomática, mas que "Israel tem o direito de se defender por outros meios".

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Morteiros caem perto de Jerusalém

Mais cedo, sirenes foram acionadas em Jerusalém, pela segunda vez desde o início do confronto com o Hamas. Segundo o jornal "Haaretz", dois morteiros caíram em uma área aberta ao sul da cidade e não há vítimas ou estragos. O Hamas assumiu a autoria do ataque. Minutos antes, um foguete atingiu uma estrutura no Conselho Regional de Eshkol, no sul do país, ferindo duas pessoas. Em Gaza, o dia também foi de ataques. Israel bombardeou o banco do território, e cinco pessoas teriam sido mortas.

Só nesta manhã, foram lançados de Gaza mais de 80 morteiros contra o sul de Israel. Um soldado ficou ferido em Eshkol. A cidade de Beersheba, também no sul, foi alvo de quase 20 foguetes. Não há relatos de vítimas, mas um dos hospitais da cidade precisou ser esvaziado. Um ônibus, casas e um carro foram atingidos pelos projéteis palestinos. Na cidade de Negev, cinco israelenses. À tarde, um morteiro vindo de Gaza atingiu uma casa em Ashkelon. Segundo primeiros relatos, nove pessoas ficaram feridas.

Em Gaza, o Exército israelense bombardeou o banco da Faixa de Gaza. O interior do prédio foi destruído, dizem fontes. O Hamas montou o banco depois que investidores estrangeiros, com medo de serem enquadrados em leis contra o financiamento de terroristas (países como Israel e EUA consideram o Hamas um grupo terrorista), pararam de fazer negócio com o governo do território. Segundo soldados israelenses, cerca de 100 alvos foram atacados durante a noite. Cinco pessoas teriam morrido e outras dez teriam ficado feridas.

Um quarto dos mortos palestino são crianças

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O aumento do número de civis mortos na ofensiva israelense a Gaza aumenta a pressão internacional por uma trégua. De acordo com dados do ministério da Saúde no território, 40% dos mortos palestinos são mulheres, crianças e idosos. Dos 112 mortos no confronto, que entra hoje em seu sétimo dia, 28 são crianças.

Os dados motivaram críticas de várias ONGs internacionais e da Unicef. Uma das mortes mais emblemáticas aconteceu no domingo, quando 11 pessoas da mesma família morreram em Gaza, vítimas de um bombardeio. Entre as vítimas, estavam quatro crianças - entre 2 e 5 anos - e seis mulheres.

Conflito em Gaza