Caracas (Folhapress) O vice-presidente venezuelano, José Vicente Rangel, declarou ontem que seu país receberia "com prazer" os líderes do Hamas, organização vitoriosa nas últimas eleições palestinas. O Hamas surgiu como grupo terrorista antes de se tornar um partido político. "Qual é o problema?", perguntou Rangel. "Eles acabam de vencer uma eleição", disse. Os EUA, a União Européia e as Nações Unidas têm declarado que não dialogarão com o Hamas se o grupo não renunciar à violência e reconhecer a existência de Israel. A carta de fundação do Hamas prega a destruição do Estado judeu.
O Hamas é considerado oficialmente uma organização terrorista pelos EUA e pela Europa, razão pela qual paira sobre os palestinos a ameaça de ser cortada a ajuda financeira internacional. O vice venezuelano disse que está prevista uma turnê norte-americana do Hamas para celebrar a vitória, sem data confirmada. O Brasil seria um dos países visitados.
A Rússia já convidou o Hamas para uma visita, esclarecendo, porém, que insiste no reconhecimento do Estado de Israel pelos palestinos. Na quinta-feira, o American Jewish Congress, sediado em Nova Iorque, pediu aos países latino-americanos que não recebam o Hamas. O grupo justifica que uma recepção "prematura" não seria "conveniente para a paz".
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