São Paulo - O grupo radical islâmico Hamas informou ontem que restaurou a lei e a ordem na faixa de Gaza após um fim de semana de confrontos sangrentos com um grupo inspirado na rede terrorista Al-Qaeda, que proclamou um "emirado islâmico" no território palestino. Mas outro grupo ameaçou explodir ministérios, prédios e mesquitas do Hamas como vingança pelos confrontos com a organização Khund Ansar Allah (Guerreiros de Deus).

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Pelo menos 24 pessoas morreram em confrontos no sul da cidade de Rafah, na fronteira com o Egito, incluindo o líder do grupo, Abdel Latif Moussa, que provocou o Hamas ao declarar na oração de sexta-feira (dia sagrado muçulmano) um estado islâmico em Gaza, com aplicação mais estrita da sharia (lei islâmica).

O confronto foi o maior desafio à autoridade do Hamas desde que o grupo assumiu à força o controle da faixa de Gaza, há dois anos, e ajudou os governantes de fato do território em seu objetivo de distanciar a própria imagem dos grupos ainda mais radicais que pretendem inserir o confronto contra Israel em uma guerra santa contra o mundo ocidental.

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Ontem, Ihab al Ghussien, porta-voz do Hamas, disse que o grupo não iria "permitir o regresso do caos da segurança em Gaza." As autoridades de Gaza prenderam cerca de cem pessoas durante os confrontos e continuam sua busca de outros membros do Khund Ansar Allah.

A repressão é apresentada pelo Hamas como a consolidação de seu poder em Gaza, mas um grupo previamente desconhecido denominado As Espadas da Justiça Islâmica saiu em defesa de seus companheiros jihadistas e afirmou que o conflito "não terminou".

"Dissemos a nossa gente que foi testemunha deste crime que isto não terminou e a guerra está a caminho", afirma a mensagem escrita em seu site. O grupo pede aos seguidores para se manterem "afastados das mesquitas onde vão os infiéis de Ismail Haniyeh (chefe do governo do Hamas em Gaza), ministros e deputados desse Executivo que legisla contra a vontade de Alá".