O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, exigiu na sexta-feira que Israel interrompa a ofensiva em Gaza, se quiser a libertação do soldado israelense sequestrado, e afirmou que o governo liderado pelo Hamas vai resistir às investidas.

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Aviões israelenses bombardearam Gaza, incendiando gabinetes do Ministério do Interior, no terceiro dia da operação militar que pretende pressionar os palestinos a devolver o soldado de 19 anos, capturado no domingo.

A crise agravou as relações entre israelenses e palestinos e colocou ainda mais pressão sobre o governo islamita do Hamas, que está sendo isolado internacionalmente desde que venceu as eleições de janeiro, por se recusar a renunciar à violência e a abrir mão do juramento de destruir Israel.

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Falando em público pela primeira vez desde o sequestro do cabo Gilad Shalit, o premiê Haniyeh disse, durante orações em uma mesquita de Gaza, que o Hamas vai resistir às ofensivas e às prisões de seus líderes.

- A agressão tem de parar para que a situação não fique mais complicada - disse ele, acrescentando que está trabalhando junto com mediadores egípcios e com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, para tentar pôr fim à crise.

Ministros do Hamas estão escondidos devido às ameaças de assassinato feitas por Israel. O braço armado do Hamas está entre os grupos que capturaram Shalit, embora o governo afirme não ter tido conhecimento prévio da operação em que o soldado foi sequestrado e outros dois soldados israelenses foram mortos.

O presidente egípcio, Hosni Mubarak, disse em uma entrevista a um jornal que o Hamas havia aprovado a libertação de Shalit sob determinadas condições, mas não esclareceu quais.

Israel já rejeitou a exigência feita pelos militantes para a libertação de prisioneiros palestinos em troca de informações sobre Shalit. Não foi apresentada nenhuma prova de vida.

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- Não se iludam, não vamos negociar a libertação de nosso soldado - disse o ministro Meir Sheetrit. Mas, em parte devido à pressão diplomática, Israel recuou e não invadiu o norte de Gaza. A Casa Branca disse que ainda há esperanças.

- Estamos animados pelo fato de os israelenses estarem se contendo em Gaza e de o Hamas estar falando abertamente em repatriar o soldado - disse o porta-voz Tony Snow.

Durante a noite, aeronaves israelenses atingiram cerca de 20 alvos na Faixa de Gaza, território desocupado por Israel no ano passado, após 38 anos.

Entre os prédios atingidos estava o gabinete do ministro do Interior, um edifício usado por militantes das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, estradas e áreas usadas como base para o lançamento de foguetes contra o território israelense.

Um militante da Jihad Islâmica foi morto, e outro ficou ferido em dois ataques isolados. Os soldados também mataram dois homens em um confronto na Cisjordânia.

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Um dia depois de prender dezenas de integrantes do gabinete do governo do Hamas, Israel revogou a permissão de residência em Jerusalém de quatro parlamentares ligados ao grupo.

O Conselho de Segurança da ONU discutiria o assunto na tarde de sexta-feira, a pedido dos países árabes.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha pediu na sexta-feira que Israel permita a entrada de suprimentos médicos em Gaza.