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Terrorismo

Hamas foca no terror e sufoca cerca de 2 milhões de pessoas

Manifestações lideradas pelo Hamas contra a instalação da embaixada americana em Jerusalém causaram mais de 50 mortes | MAHMUD HAMS/AFP
Manifestações lideradas pelo Hamas contra a instalação da embaixada americana em Jerusalém causaram mais de 50 mortes (Foto: MAHMUD HAMS/AFP)

O Hamas, o grupo terrorista que está por trás das mobilizações contra a instalação da embaixada americana em Jerusalém e que resultaram na morte de mais de 50 pessoas, está colocando em colapso a Faixa de Gaza, uma região com 360 quilômetros quadrados e cerca de 2 milhões de habitantes. 

A região sofre um forte bloqueio de Israel há mais de uma década. O Hamas tem por meta “pulverizar” o país e usa indiscriminadamente a violência, por meio do lançamento de foguetes e de ataques suicidas. 

Outro país que tem intensificado a pressão contra os terroristas é o Egito. O país tem fechado os tuneis que o ligam à Faixa de Gaza, atrapalhando os planos dos contrabandistas, que pagavam taxas ao grupo. A cobrança de impostos é umas fontes de receita do Hamas. 

A prioridade no combate a Israel está fazendo com que não sejam investidos adequadamente recursos em infraestrutura, saneamento, educação e a saúde. 

O fornecimento de energia dura de quatro a oito horas por dia. Cerca de 70% dos moradores de Gaza dependem de assistência humanitária, aponta a Human Rights Watch. O desemprego está na faixa de 43%, aponta o Banco Mundial. E a taxa entre os mais jovens chega a 60%, muitos deles de universitários com poucas possibilidades de emprego. 

A disponibilidade de remédios é pequena, há carência de água potável e o número de devedores presos está lotando as cadeias. 

Quem também vem tentando minar o poder do Hamas é a Autoridade Palestina (AP), chefiada por Mahmoud Abbas, um rival histórico do movimento terrorista. Ela promoveu um corte de 30% a 50% nos salários de seus mais de 60 mil funcionários que estão em Gaza. 

Como funciona o grupo 

Duas formas distinguem o Hamas de outras facções palestinas e permitem que ele prospere em condições de extrema adversidade. Inspirado pela Irmandade Muçulmana do Egito, o Hamas se organiza em pequenos grupos chamados de "famílias". Ali eles são educados e formados.

Grupos como o Hamas aproveitam essa situação caótica para cooptar integrantes. Uma de suas estratégias é a atuação social, por meio de hospitais, clínicas, orfanatos, escolas e cozinhas comunitárias. Em troca, captam potenciais militantes, principalmente entre a população jovem, que compõe mais da metade da população da região.

Estas atividades alimentam canais de mobilidade ascendente dentro do movimento. Para subir através da hierarquia do Hamas, os candidatos passam por exames e avaliações para provar suas qualificações mobilizadoras e lealdade ao movimento sobre os estágios. 

Isto significa que a morte ou a prisão de um membro de alto escalão não necessariamente cria um vácuo de liderança que desorganize a organização. A remoção de um líder simplesmente ativa um processo no nível horizontal que eleva rapidamente um membro comprovado à posição subitamente vaga. 

O Hamas depende do ativismo local para formar líderes em potencial e manter a integridade de sua estrutura. Mas, por outro lado, essa resiliência é precisamente o que permite ao grupo terrorista continuar desempenhando um papel relevante na sustentação da mobilização popular. 

Nova estratégia 

Analistas apontam que uma das estratégias que o Hamas pode estar tomando é um novo conflito com Israel, para tirar a atenção da crise na Faixa de Gaza, seu reduto. Mas, aparentemente, o grupo está seguindo um outro rumo, que é o de apoiar as “Marchas do Retorno”, um protesto contra a ocupação israelense e a perda de territórios para Israel em 1948. 

Estas manifestações devem ter seu ponto forte nesta terça, quando acontece os 70 anos da fuga e a expulsão de mais de 700 mil pessoas, motivada pela formação de Israel.

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