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O Hamas lamentou a morte de civis israelenses durante o conflito de um ano atrás na Faixa de Gaza. É uma declaração considerada rara, mas que provavelmente não modificará suas táticas.

O relatório de um comitê criado pelo Hamas para examinar acusações de crimes de guerra da Organização das Nações Unidas (ONU) disse: "Lamentamos qualquer dano que possa ter sido acarretado a qualquer civil israelense".

"Esperamos que os civis israelenses entendam que os continuados ataques do seu governo contra nós foram a questão principal e a causa", segundo o documento, ao qual a Reuters teve acesso nesta sexta-feira.

Em resposta ao relatório, entregue nesta semana à ONU, um porta-voz da chancelaria de Israel, Yigal Palmor, disse que "durante anos o Hamas se gabou de alvejar civis deliberadamente, seja por meio de explosões suicidas, tiros ou foguetes. Quem eles estão tentando enganar agora?."

Pelo menos um dirigente do Hamas, pedindo anonimato, disse que o grupo permanece disposto a realizar "operações de martírio" (atentados suicidas) contra Israel, algo, no entanto, que há anos não ocorre.

O relatório do Hamas, citando ressentimentos palestinos como o embargo de Israel a Gaza, reafirma a tese de que os foguetes lançados contra território israelense eram puramente defensivos e voltados para alvos militares, e careciam de precisão.

Israel realizou uma ofensiva militar contra Gaza em dezembro de 2008 e janeiro de 2009, sob a justificativa de conter esses foguetes.

"Deve-se notar que a resistência palestina (...) não é um Exército organizado que possui armas tecnológicas desenvolvidas," disse o texto palestino. "Ele pode alvejar um sítio militar ou uma posição de tanque e o seu fogo se desviar (...) e atingir uma localização civil, apesar dos seus esforços para evitar ferir civis."

Israel afirma que o Hamas violou as leis de guerra ao lançar indiscriminadamente nos últimos anos milhares de foguetes e morteiros contra localidades israelenses, especialmente Sderot, perto da fronteira com Gaza.

O conflito de três semanas há cerca de um ano matou 1.400 palestinos, a maioria civis, e 13 israelenses, sendo 10 militares.

Uma investigação da ONU apontou suspeita de crimes de guerra de ambas as partes, mas com maior ênfase nas críticas à atuação de Israel.

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