Morte de comandantes deve aumentar pressão sobre grupo extremista
A morte de três dos principais comandantes do braço armado do Hamas pode mudar os rumos do conflito entre Israel e o grupo islâmico da Faixa de Gaza, que começou no dia 8 de julho e continua depois de negociações de cessar-fogo fracassadas no Egito.
A perda, um baque moral e executivo para o grupo ? assim como a tentativa de assassinato do líder das Brigadas Izzedine al-Qassam, Mohammed Deif, 24 horas antes pode aumentar a pressão para que o Hamas aceite um cessar-fogo duradouro menos vantajoso com Israel.
As três mortes levaram a um encontro de urgência de membros do Hamas no Cairo. E fizeram com que circulassem rumores de que o líder político do grupo exilado no Qatar, Khaled Meshaal, tivesse aceitado viajar ao Cairo ontem para retomar as conversas quanto a uma trégua.
Ontem, os dois lados continuaram a se enfrentar. Israel fez mais de 60 ataques aéreos em Gaza, que deixaram, segundo fontes palestinas, 25 mortos (o número desde 8 de julho seria de 2.049, entre eles 469 crianças, de acordo com o Unicef).
O Hamas disparou 109 mísseis, foguetes e morteiros contra Israel, que causaram danos a casas e propriedades e feriram civis. Num dos ataques, um morteiro caiu dentro de um jardim de infância num kibutz na fronteira com Gaza, ferindo gravemente o pai de uma das crianças.
Agência O Globo
Um ataque aéreo israelense matou ontem três comandantes do Hamas, afirmaram autoridades do grupo extremista. A ofensiva marca mais uma vez o avanço do conflito na região da Faixa de Gaza após o colapso dos esforços egípcios no começo da semana.
Segundo o Hamas, Mohammed Abu Shamaleh, Mohammed Barhoum e Raed al-Attar morreram no bombardeio que atingiu a cidade de Rafah, no sul da região, durante a manhã. Os militantes ocupavam posições de destaque dentro do grupo e realizaram um trabalho importante na expansão das capacidades militares dos insurgentes nos últimos anos. Eles participaram na escavação de túneis que levavam a Israel, no treinamento de combatentes e no tráfico de armas para Gaza.
A polícia palestina e autoridades de saúde informaram que pelo menos seis pessoas foram mortas pelo ataque e cerca de 12 continuam presas nos escombros do prédio de quatro andares que foi atingido na operação do exército israelense.
Milhares de palestinos marcharam ontem pelas ruas de Rafah em uma procissão funerária, disparando tiros para o alto, hasteando bandeiras de diferentes grupos militantes e cantando músicas religiosas. Os mortos foram carregados pela multidão em macas, enrolados em bandeiras verdes do Hamas.
Os ataques aéreos israelenses são uma resposta aos foguetes lançados pelo Hamas na terça-feira, que rompeu o cessar-fogo que estava em vigor. O porta-voz do grupo extremista Sami Abu Zuhri disse que Israel "não vai conseguir destruir a vontade do povo ou enfraquecer a resistência". Os israelenses "vão pagar o preço", prometeu.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, elogiou a "inteligência superior" do serviço de segurança Shin Bet e a "execução precisa" dos militares no ataque.
No final da tarde, Israel aprovou a convocação de 10 mil reservistas, mas nem todos foram mobilizados imediatamente, informou uma autoridade de defesa.