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O Hamas disse nesta quarta-feira (11) que exigirá o direito de escolher o próximo primeiro-ministro palestino e a maioria dos cargos ministeriais em qualquer governo de união com a facção Fatah, do presidente palestino Mahmoud Abbas.

A posição inicial do Hamas durante as conversações mediadas pelo Egito, no Cairo, para uma reconciliação parece reduzir as chances de um acordo sobre um governo de união aceitável para os Estados Unidos e para outras potências ocidentais, que marginalizam o grupo islâmico por sua recusa em reconhecer Israel e renunciar à violência.

Mushir al-Masri, do Hamas, disse que qualquer novo governo precisará ser formado à luz dos resultados da eleição parlamentar de 2006, que deu a maioria ao Hamas, e que deveria permitir ao grupo islâmico formar o governo e escolher o primeiro-ministro.

"Uma tal democracia deve ser a base sobre a qual qualquer novo governo palestino deve ser formado", afirmou Masri.

Abbas sugeriu a formação de um governo de tecnocratas apartidários para supervisionar a reconstrução de Gaza (devastada por uma ofensiva de 22 dias em dezembro e janeiro). Ele ainda estabeleceria as bases para uma nova eleição palestina presidencial e legislativa.

O Hamas também descartou na quarta-feira a possibilidade de aceitar um governo de união liderado pelo primeiro-ministro de Abbas, Salam Fayyad, que tem o apoio do Ocidente. Abbas indicou Fayyad e o seu governo na Cisjordânia ocupada depois que o Hamas tomou o controle da Faixa de Gaza em 2007.

Youssef Rizqa, conselheiro político do atual chefe de governo do Hamas, Ismail Haniyeh, demitido por Abbas em 2007, disse que o grupo está "totalmente comprometido" com seu direito de escolher o primeiro-ministro do futuro governo de união.

"Nós nunca aceitaremos Fayyad, não apenas por ele ter cometido crimes contra o povo palestino e contra a resistência na Cisjordânia, mas também porque o Fatah e Abbas não podem legalmente indicar o candidato" para primeiro-ministro, disse Rizga em uma declaração publicada num site pró-Hamas.

No sábado, Fayyad disse pretender renunciar até o fim de março a fim de abrir caminho para a formação de um governo de união. Abbas pediu que ele permanecesse no cargo até que saíssem os resultados das negociações no Cairo.

O porta-voz do Hamas, Fawzi Barhoum, afirmou que o destino dos prisioneiros do Hamas nas prisões da Cisjordânia "continuava a lançar uma sombra" sobre os comitês formados para discutir questões no cerne da reconciliação.

"O Hamas ressaltou à delegação do Fatah sobre a necessidade de remover todos os obstáculos para pôr fim ao arquivo da detenção política na Cisjordânia", disse Barhoum.

Ele afirmou que as discussões estavam em andamento para se chegar a um "pacote de acordos" sobre todas as questões de disputa entre as facções.

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