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Guerra no Oriente Médio

Hamas realizou estupros coletivos durante os ataques terroristas de outubro, diz ONU

Reféns Hamas
Cartazes com imagens de reféns sequestrados colados em Tel Aviv, Israel, dez dias após o ataque terrorista do Hamas em outubro de 2023. (Foto: EFE/ Sara Gómez Armas)

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Uma equipe de especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU), liderada pela representante especial sobre violência sexual em conflitos, Pramila Patten, divulgou nesta segunda-feira (4) um relatório onde afirma ter “motivos razoáveis” para acreditar que o grupo terrorista palestino Hamas cometeu estupros, torturas sexualizadas e outros abusos contra mulheres israelenses durante os ataques terroristas ocorridos em 7 de outubro de 2023.

O relatório é resultado de uma visita oficial da equipe a Israel, a convite do governo, que incluiu também uma ida à Cisjordânia, entre 29 de janeiro e 14 de fevereiro de 2024. A equipe da ONU afirma que analisou mais de 5 mil fotos e 50 horas de vídeos, além de entrevistar 34 pessoas, entre sobreviventes, testemunhas, reféns libertados e profissionais de saúde.

Segundo o documento da ONU, a violência sexual relacionada ao conflito ocorreu em vários locais no sul de Israel, onde o Hamas e outros grupos terroristas armados que atuam no território palestino lançaram o ataque coordenado contra alvos civis e militares israelenses.

Em pelo menos três locais: o festival de música, a estrada 232 e o kibutz de Reim, as vítimas foram submetidas a estupro e estupros coletivos e depois assassinadas ou mortas enquanto eram estupradas. Em alguns casos, segundo a ONU, os corpos das mulheres foram encontrados nus, amarrados e baleados, e até mesmo violados após a morte.

Em seu site oficial, a ONU afirma que “reconhece que a verdadeira extensão da violência sexual cometida durante os ataques de 7 de outubro e suas consequências pode levar meses ou anos para emergir e talvez nunca seja totalmente conhecida". A missão não teve caráter investigativo, mas sim de coleta, análise e verificação de informações, segundo a equipe.

Pramila Patten disse em uma coletiva após a apresentação do relatório que "há motivos razoáveis" para acreditar que essa violência - que inclui também outros tratamentos "cruéis, desumanos e degradantes", pode estar em curso contra aqueles que ainda estão detidos pelo Hamas e outros grupos terroristas que atuam em Gaza.

A ONU fez algumas recomendações que incluem a exigência de que o Hamas liberte imediata e incondicionalmente todos os reféns e garanta sua proteção contra a violência sexual; e a solicitação de que todos os perpetradores de violência sexual sejam levados à justiça, com o apoio do escritório da representante especial.

O relatório também apela por um “cessar-fogo humanitário” no conflito, que "reconheça a importância de abordar a violência sexual como uma questão fundamental e permita que as comunidades afetadas sejam ouvidas".

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