- A vida na "Gaza de baixo"
- Chile e Peru convocam embaixadores em Israel para consulta
- Jornada mais sangrenta em Gaza desde 8 de julho deixa pelo menos cem mortos
- Ataque de Israel paralisa única usina de energia de Gaza
- Israel destrói casa de líder do Hamas em Gaza e anuncia longo conflito
- Líder supremo do Irã convoca mundo islâmico para armar palestinos
O Hamas vai rejeitar qualquer acordo de cessar-fogo que não inclua o fim da campanha militar de Israel e a retirada do bloqueio à Faixa de Gaza, afirmou ontem Mohammed Deif, chefe do braço militar do movimento, lembrando a posição do Hamas desde o início do conflito.
O movimento islamita palestino não vai aceitar um "cessar-fogo sem o fim da agressão e a retirada do cerco", indicou o chefe das Brigadas Ezzedine al-Qassam.
Lida na rádio e na televisão do Hamas, essa declaração reitera a posição dos líderes do movimento islamita desde o início da guerra com Israel, em 8 de julho.
A rejeição ao cessar-fogo foi anunciada antes de uma importante viagem ao Cairo de uma delegação reunindo representantes dos principais movimentos políticos palestinos, incluindo o Hamas, anunciada pela Organização pela Libertação da Palestina (OLP). As autoridades palestinas devem se reunir na capital egípcia com dirigentes locais, que normalmente são os intermediários nas negociações entre israelenses e palestinos.
O secretário-geral da OLP, Yasser Abed Rabbo, havia afirmado ontem à tarde que o Hamas e seus aliados da Jihad Islâmica estavam preparados para uma trégua humanitária de 24 horas. Mas o Hamas mantém suas exigências pelo fim da operação militar israelense em curso e pela suspensão do bloqueio a Gaza imposto por Israel em 2006.
As autoridades israelenses não se manifestaram a respeito de uma eventual trégua.
Uma reunião do gabinete de segurança de Israel, que reúne os principais ministros do premiê Benjamin Netanyahu, está prevista para hoje às 14h (8h de Brasília), de acordo com a imprensa israelense.
Israel lançou sua ofensiva em 8 de julho para impedir ataques de foguetes do Hamas. No dia 17, deu início à invasão por terra para destruir um esquema de túneis do grupo.
Conflito vai afetar a economia de Israel
A guerra de Israel contra militantes palestinos deve custar ao país bilhões de dólares, o que prejudicará temporariamente o seu crescimento econômico e pressionará as finanças do governo.
Analistas e autoridades comparam a operação atual com o conflito de um mês entre Israel e guerrilhas do Hezbollah no Líbano em meados de 2006 e com os embates de 2009 e 2012 em Gaza, quando a economia sofreu um golpe, mas se recuperou rapidamente, exceto no turismo.
O banco central calcula que os combates, desde que se limitem a Gaza, podem tirar no máximo meio ponto percentual do crescimento da economia neste ano.
"Haverá um custo, mas nada desastroso", disse o consultor econômico e financeiro Barry Topf, ex-conselheiro de Stanley Fischer, ex-presidente do Banco de Israel. "Pode ser contido, mas é preciso ter boas políticas econômicas."
Segundo ele, isso significa que Israel não pode dar como certo que a recuperação será automática, já que alguns investidores estrangeiros podem deixar de investir em um país sujeito a disparos de foguete.
Israel lançou a ofensiva em Gaza, controlada pelo Hamas, três semanas atrás tentando conter os foguetes. O que começou com ataques aéreos se tornou uma batalha campal que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse poder demorar algum tempo.
O Banco de Israel reduziu sua taxa básica de juros para 0,5%, ante 0,75%, na segunda-feira, em parte para compensar o dano econômico causado pelo conflito.
Bombardeio destrói única usina de Gaza
Disparos de um tanque israelense atingiram ontem o depósito de combustível da única usina de energia da Faixa de Gaza, interrompendo o suprimento de eletricidade para a Cidade de Gaza e para várias outras partes do enclave palestino de 1,8 milhão de habitantes.
Uma coluna enorme de fumaça emergia das instalações, que suprem dois terços das necessidades de energia do território, e os contêineres de combustível estavam em chamas.
"A usina de energia se foi", disse o diretor Mohammed al-Sharif.
Ele afirmou que a equipe local de combate a incêndios não tinha os equipamentos adequados para lidar com o fogo.