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Faichecleres: banda agora conta com um novo baixista, Ricardo Junior (primeiro à direita). | Divulgação
Faichecleres: banda agora conta com um novo baixista, Ricardo Junior (primeiro à direita).| Foto: Divulgação

Cidade de Gaza – O movimento radical islâmico Hamas tomou ontem efetivamente o controle da Faixa de Gaza depois que seus combatentes capturaram três importantes complexos das forças de segurança ligadas ao partido laico Fatah após seis dias de combates, que deixaram mais de 100 mortos.

Em meio aos combates, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, do Fatah, dissolveu o governo de união nacional – formado em março –, destituiu o primeiro-ministro Ismail Haniyeh, um dos líderes do Hamas, e anunciou o estabelecimento de um estado de emergência temporário até que as eleições sejam realizadas. Um assessor disse que Abbas também pretende pedir o envio de uma força multinacional a Gaza.

ONU

A Organização das Nações Unidas (ONU) iniciou ontem conversações preliminares para a constituição da força.

O Hamas já havia anunciado que rejeitava o envio de uma força internacional, declarando que ela será considerada como uma força de ocupação. E ontem o grupo islâmico afirmou que as decisões de Abbas carecem de valor prático.

"O Hamas rejeita as decisões de Abbas. Em termos práticos essas decisões são inúteis. O primeiro-ministro Haniyeh continua sendo o chefe de governo, mesmo que ele tenha sido dissolvido pelo presidente", disse Sami Abu Zuhri, um funcionário de alto escalão do Hamas.

Moussa Abu Marzouk, vice líder político do Hamas na Síria, disse não haverá nenhuma mudança no status de Gaza e nenhum governo islâmico será declarado no território capturado pelo movimento islâmico. Ele também descartou a possibilidade de o Hamas separar Gaza da Cisjordânia.

A legislação palestina não tem nenhum item sobre a convocação de eleições parlamentares antecipadas. Funcionários do Fatah dizem que Abbas pode convocá-las por decreto, mas os do Hamas dizem que ela é ilegal.

Os decretos não reverterão a captura de Gaza, mas poderão fortalecer o controle de Abbas sobre a Cisjordânia. Israel, EUA e países árabes, como a Jordânia, temem que a violência se espalhe para a Cisjordânia, algo que poderia desestabilizar a região.

Vitória dos radicais

Ontem foi um dia de vitória para o Hamas e seus patrocinadores no Irã e na Síria, e de devastadores reveses para o Fatah, apoiado pelo Ocidente. O quartel-general da Segurança Preventiva, principal símbolo de poder do Fatah em Gaza, foi capturado pela milícia Ezzedine Al-Qassam, braço armado do Hamas, após mais de 24 horas de combates, nos quais morreram pelo menos 18 membros do Fatah. A milícia também tomou o prédio do serviço de inteligência do Fatah.

Para completar a captura de Gaza, o Hamas tentava ontem tomar o complexo presidencial de Gaza, provocando a reação da Guarda Presidencial. Pela primeira vez desde o início dos combates, Abbas ordenou a seus policiais de elite que reagissem à ofensiva do Hamas e não mantivessem apenas uma posição defensiva.

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