Um juiz do Havaí barrou nesta terça-feira (17) a terceira e última versão do veto anti-imigração do presidente Donald Trump, que entraria em vigor nesta semana e diz respeito a cidadãos da Irã, Líbia, Síria, Iêmen, Somália, Chade e Coreia do Norte e Venezuela. O magistrado Derrick Watson, de Honolulu, já estava por trás do bloqueio, em março, de uma segunda redação do pacote de medidas que barrava a entrada de cidadãos de países de maioria muçulmana nos Estados Unidos. Esse veto mais recente de Watson não contempla, contudo, os cidadãos de Venezuela - neste caso, determinados agentes do governo - e da Coreia do Norte, que continuam com a entrada proibida em solo americano.
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Segundo o magistrado, faltam "conclusões suficientes para sustentar que a entrada de 150 milhões de cidadãos de seis países específicos é nociva aos interesses dos EUA." Watson ainda fez uma analogia com o mundo esportivo, dizendo que atletas "operam de acordo com uma série de regras, mas quando um deles subverte essas regras a seu próprio favor, surgem problemas" e que a nova versão do veto "sofre dos mesmos males" que a anterior.
Logo depois do anúncio da sentença, um comunicado da Casa Branca chamou a decisão do juiz de “perigosamente falha”. De acordo com porta-voz Sarah Sanders, a decisão do Havaí "é um golpe nos esforços de Trump de manter o povo americano seguro e impor padrões de segurança mínimos para a entrada nos EUA". Em uma declaração separada, o porta-voz do Departamento de Justiça (DoJ, na sigla em inglês), Ian Prior, disse que apelará da decisão "rapidamente".
‘Imigrantes perigosos’
Na versão mais recente do decreto de Trump para limitar a entrada de imigrantes que considerados perigosos para a segurança americana, foram mantidos os países muçulmanos de antes, com exceção de Iraque e Sudão, e acrescentados Chade, Venezuela e Coreia do Norte. A inclusão destes dois países na lista, segundo analistas, seria uma estratégia para disfarçar o caráter discriminatório da medida do presidente.
Pacotes contra imigrantes são um dos pilares das promessas de campanha isolacionistas de Trump, que contam ainda com a expansão do muro na fronteira com o México e a redução no número de refugiados a serem aceitos nos Estados Unidos.
Em sua primeira semana de mandato, em janeiro, Trump já tinha assinado um decreto barrando a entrada no país de imigrantes de sete países —Iêmen, Irã, Iraque, Líbia, Síria, Somália e Sudão por um período inicial de três meses. A medida sofreu uma derrota na Justiça depois que juízes consideraram discriminatório o teor do veto. Na época, os magistrados considerara, que a ação isolava, em grande parte, seguidores da mesma religião. A discussão gerou uma onda de protestos em defesa de imigrantes em vários aeroportos do país.
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