O político Henrique Capriles, que foi candidato a presidente nas últimas eleições na Venezuela, disse nesta quarta-feira que a oposição não deve estimular a divisão entre os cidadãos do país, mas sim buscar a partir de uma "saída eleitoral" a base para se "construir uma maioria multiclassista".
Em entrevista concedida ao jornal espanhol El País, Capriles reconheceu que "dentro da oposição há visões distintas de como se deve construir uma mudança".
Capriles recentemente afirmou que deixaria de apoiar os protestos que tomaram o país contra o governo do presidente Nicolás Maduro para evitar a violência. O político disputou duas eleições, contra Hugo Chávez e Maduro.
Sobre a atual situação política na Venezuela, o líder opositor afirmou que "ainda não chegou ao fundo do poço" a queda de popularidade do Executivo venezuelano, mas que o "governo deixou de ser a única opção nos setores populares".
Capriles considerou que existe uma oportunidade para "apresentar um projeto de país atrativo, que enamore as pessoas e permita o povo sonhar". Segundo o político, "o governo perdeu conexão com as pessoas".
Capriles afirmou ainda que "até com o adversário mais ferrenho em um momento é preciso conversar" e, sobre uma possível mediação internacional, disse que o governo não tem essa intenção.
- Professor e jornalista é escolhido chefe da coalizão opositora na Venezuela
- Pelo menos 64 pessoas são detidas em protestos na Venezuela, diz ONG
- Acordo com o governo impede fim do jornal mais antigo da Venezuela
- Sem papel, jornal mais antigo da Venezuela suspende circulação
- Nicolás Maduro realiza "mudanças necessárias" em seu gabinete