O ex-secretário de Estado dos Estados Unidos Henry Kissinger morreu nesta quarta-feira (29) aos 100 anos de idade em sua casa, em Connecticut. A empresa de consultoria de Kissinger confirmou o falecimento, embora não tenha dado detalhes sobre a causa da morte.
"Ele será enterrado em uma cerimônia familiar privada. Mais tarde, haverá um serviço memorial em Nova York", disse a Kissinger Associates em um comunicado.
Kissinger deixa a esposa, Nancy Maginnes Kissinger, dois filhos de seu primeiro casamento e cinco netos. Seus parentes sugeriram no comunicado que, em vez de flores, as pessoas enviassem doações para o hospital veterinário Animal Medical Center, em Nova York.
O lendário e controverso diplomata permaneceu ativo até o fim, apesar de sua idade avançada. Em julho ele visitou a China, já centenário, para se reunir com o líder do país, Xi Jinping, e com autoridades de alto escalão.
Suas opiniões sobre assuntos atuais foram citadas com frequência na imprensa mundial.
Kissinger nasceu em 27 de maio de 1923, em Fürth, na Alemanha, em uma família judia que emigrou para Nova York fugindo do nazismo quando ele ainda era adolescente. Se tornou cidadão americano na década de 1940 e serviu três anos no Exército, vindo a entrar, ano depois, no Corpo de Contrainteligência do país.
Recebeu o Prêmio Nobel da Paz junto ao chanceler vietnamita Le Duc Thuo por suas negociações secretas para acabar com a Guerra do Vietnã e normalizou as relações diplomáticas entre os Estados Unidos e a China durante a presidência de Richard Nixon (1969-1974).
Na política externa, Kissinger também atuou no apoio a ditaduras como as da Argentina entre 1976 e 1983 e os últimos anos do regime de Francisco Franco na Espanha (que terminou com a morte do líder em 1975). Teve papel importante na Operação Condor, que visava reprimir opositores de esquerda na América Latina, e mobilizou influência no golpe de Estado contra Salvador Allende no Chile, em 1973. (Com Agência EFE)