O ex-chefe da polícia nova-iorquina Bernard Kerik, reputado como herói por seu trabalho à frente do departamento durante e depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, foi condenado nesta sexta-feira por ter aceitado milhares de dólares em prestação de serviço de uma empresa de construção civil e por não ter declarado um empréstimo quando era funcionário público.
Por ter feito acordo com a promotoria, em vez de ser condenado por crimes, ele o foi por contravenções, e não será preso. Ele terá de pagar multa de US$ 221 mil.
Kerik tinha uma casa no distrito do Bronx, um dos cinco que compõem Nova York, e ela foi reformada ao custo de US$ 165 mil, sem que ele tenha desembolsado um tostão. Pior: a empresa, Insterstate Industrial Corp., procurava à época obter contratos com a prefeitura de Nova York.
Além disso, ele teve uma viagem paga, o referido empréstimo, a ilha de Maiorca, na Espanha, com sua mulher, quando era o chefe do sistema carcerário de Nova York.
Seu advogado alegou que Kerik jamais cometeu qualquer crime. O que aconteceu foram violações ao estatuto do funcionalismo, baseado na lei de Conflito de Interesse de que dispõe a cidade.
Os podres de Kerik foram levantados pelo "Daily News" de Nova York.
Mais de ano e meio atrás, o ex-prefeito Rudolph Guiliani, que foi sócio de Kerik em sua empresa de consultoria, o indicou para chefiar o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos. O presidente George W. Bush aceitou a indicação.
Kerik se viu obrigado a não aceitar o cargo porque não pagou o imposto devido pelo emprego da empregada doméstica e babá, que talvez pudesse ser uma imigrante ilegal.
Kerik chegou a trabalhar na guerra ao terror, já depois de ter saído da polícia, indicado por Giuliani para treinar a segurança iraquiana, o que não deu certo. Hoje ele não é mais sócio da Giuliani Partners e tem uma empresa de consultoria no Oriente Médio.
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