Beirute O líder do grupo xiita Hezbollah, o xeque Hassan Nasrallah, atacou o presidente americano, George W. Bush, em discurso durante a festividade de Ashura festa em homenagem ao martírio do imã Hussain, neto do profeta Maomé. No discurso, Nasrallah acusou a administração de Bush de fomentar a guerra civil no Líbano.
As declarações ocorrem um dia depois que Bush acusou o Hezbollah que é apoiado pelo Irã e pelos xiitas de "criar caos" no Líbano. Protestos organizados pelo grupo, que exige a renúncia do premier Fuad Siniora, causaram violência em Beirute na semana passada.
"Aqueles que fomentaram o caos no Líbano, que destruíram o Líbano, que mataram mulheres e crianças no país, são George Bush e (a secretária de Estado) Condoleezza Rice, que ordenaram que os sionistas lançassem a guerra no Líbano", disse Nasrallah, em referência ao conflito entre Israel e o Hezbollah, que teve início em julho de 2006 e matou 1.200 pessoas (na maioria libaneses) em 34 dias.
Segundo Nasrallah, o "plano" preparado pelos EUA visa fomentar a guerra civil no Líbano para "empurrar a resistência para disputas internas", seja qual for a motivação. No discurso, ele disse que Bush quer "punir" o Hezbollah devido à sua "resistência e vitória" na guerra. "Quando o Grande Satã (EUA) declara sua inimizade e sua guerra contra nós, é algo que nos honra e nos deixa orgulhosos", afirmou.
Bush acirrou as críticas ao Hezbollah nas últimas semanas, dizendo que o grupo é formado por "extremistas xiitas", e dizendo que apenas a Al Qaeda matou mais americanos que o Hezbollah em referência aos ataques contra marines no Líbano nos anos 80. Segundo Bush, os EUA trabalharão para deter o apoio do Irã ao Hezbollah e a extremistas xiitas no Iraque, como parte de uma estratégia para minar a influência de Teerã na região.