O governo de Israel negou ontem qualquer envolvimento no assassinato do líder do grupo Hezbollah, ocorrido ontem. Hassan Al-Laquis foi morto a tiros próximo da sua casa no sul de Beirute, segundo comunicado do grupo militante xiita. A informação foi confirmada por autoridades de segurança do Líbano.
No canal de televisão Al Manar, o islâmico Hezbollah acusou Israel de ser o responsável pelo assassinato, alegando que o país inimigo já tinha tentado eliminar Al-Laquis diversas vezes. "O inimigo israelense é naturalmente o culpado. Eles devem assumir completamente a responsabilidade e a repercussão por esse crime horrendo", ressaltou o comunicado.
Segundo o Hezbollah, Hassan foi morto enquanto voltava do trabalho para casa por volta da meia-noite. Autoridades de segurança libanesas disseram que homens contra o líder no estacionamento do prédio onde vivia, localizado no bairro de Hadath, que fica a três quilômetros do sul de Beirute. Ele foi levado às pressas para um hospital, mas não resistiu e morreu.
A agência de notícias estatal do Líbano publicou uma foto da vítima. A imagem mostrava um homem com cerca de 40 anos de idade, cabelo preto e uma barba grisalha, vestindo roupas militares bege.
O ministro de Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, negou que o país tenha participado do crime. "Israel não tem nenhum envolvimento com esse incidente", afirmou.
O grupo Hezbollah já travou várias guerras contra Israel. O filho de Al-Laqis morreu em um embate contra os israelenses em 2006. O serviço de espionagem israelense é suspeito de assassinar vários comandantes do Hezbollah nas últimas de duas décadas.
Em 1992, um helicóptero de Israel emboscou um comboio com o líder Abbas Musawi, matando ele, a esposa, o filho de 5 anos e quatro guarda-costas. Oito anos antes, o líder Sheik Ragheb foi assassinado no sul do Líbano.
O atual líder do grupo islâmico raramente aparece em público desde a guerra de 2006. Em uma rara viagem, Hassan Nasrallah foi até a vizinha Síria na última semana para encontrar os presidentes do Irã e da Síria.
A morte de Al-Laqis ocorreu meia hora depois de Nasrallah terminar uma entrevista de três horas em uma televisão local, onde acusou a Arábia Saudita de estar por trás de um duplo atentado de bombas que teve como alvo a embaixada iraniana em Beirute. No episódio, 23 pessoas morreram.