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Oriente em Guerra

Hezbollah canta vitória. Para Israel, a guerra não acabou

Jerusalém – Um frágil cessar-fogo entrou em vigor ontem no Líbano após 33 dias de conflitos entre Israel e o Hezbollah. O líder do grupo xiita, Hassan Nasrallah, declarou vitória "estratégica e histórica" sobre Israel. O governo israelense disse que baixou as armas, mas só deve se retirar realmente do Líbano com a chegada de soldados de Beirute apoiados por uma força internacional.

Nasrallah foi mais longe: disse que agora não é o momento para o Líbano debater o desarmamento do Hezbollah, conforme pede a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU). Por sua vez, o premier de Israel, Ehud Olmert, afirmou que "a guerra não acabou" e prometeu perseguir os líderes do Hezbollah – que, segundo ele, sofreu um "duro golpe".

"Estamos diante de uma vitória estratégica e histórica, sem exageros", disse Nasrallah em mensagem gravada e transmitida pelo canal Al Manar, do Hezbollah, horas após o discurso de Olmert ao Parlamento. "Saímos vitoriosos de uma guerra em que grandes exércitos árabes foram derrotados."

O líder xiita criticou os políticos libaneses que começaram a debater o desarmamento da guerrilha antes da retirada das tropas israelenses. "Isso é um erro, tanto psicologicamente quanto moralmente. Quem vai defender o Líbano em caso de uma nova ofensiva israelense? O Exército libanês e as tropas internacionais são incapazes de proteger o Líbano", disse.

Já Olmert disse que sua ofensiva militar foi "um duro golpe" para o Hizbollah. "Continuaremos a persegui-los em todos os lugares e a todo momento. Não temos intenção de pedir permissão a ninguém."

Olmert não chegou a declarar vitória, mas afirmou que a guerra "mudou o balanço estratégico" na região. "Já não há uma situação em que uma organização terrorista tem permissão para atuar dentro de um país como um braço do ‘eixo do mal’ Teerã-Damasco."

Israel afirma que destruiu entre 80% e 90% da capacidade do Hezbollah de disparar mísseis de longo e médio alcance. O país admite, porém, que o grupo mantém ainda quase intactas as funções de comando e controle de suas tropas e de disparar foguetes Katyusha.

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