Beirute – O líder do movimento xiita Hezbolah, Hassan Nasrallah, afirmou ontem que a oposição pode derrubar o governo libanês "amanhã", e que isto não foi feito até agora como uma tentativa para "salvaguardar a paz civil". "A oposição tem a força política, popular e organizacional para derrubar o governo anticonstitucional amanhã ou depois de amanhã", declarou Nasrallah, uma das principais figuras da oposição.

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Em discurso pronunciado em Beirute diante de centenas de pessoas e retransmitido pela rede de tevê do Hezbollah, a "Al-Manar", Nasrallah disse que entre "um milhão e 1,5 milhão de pessoas" aderiram à paralisação ocorrida na terça-feira. O país foi paralisado pela oposição, quando milhares de militantes foram para as ruas, queimaram pneus e impediram a circulação de veículos na capital.

Os conflitos ocorreram entre partidários da oposição e do governo e deixaram três mortos e 133 feridos. A oposição, que agrupa tanto partidos cristãos quanto pró-sírios, pede a queda do governo de Fouad Siniora, apoiado pelo Ocidente.

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"O que até agora impediu a queda do grupo que detém o poder não é o apoio internacional, mas o sentimento patriótico da oposição e seu desejo de preservar a paz civil e não empurrar o país para a guerra civil", acrescentou Nasrallah em sua primeira reação aos eventos da véspera. Estimando que a greve geral decretada pela oposição provava "a unidade e a cooperação" de seus diferentes partidos, Nasrallah afirmou que ela poderia conduzir "uma ação de protesto em grande escala e dominar a rua". "A oposição mostrou que poderia adotar medidas de escalada e esta opção continua aberta para nós", disse ele, referindo-se aos protestos iniciados pela oposição em 1º de dezembro em Beirute.

Nasrallah também pediu às nações que participarão hoje, em Paris, da conferência de ajuda ao Líbano que apóiem o país e não o governo, ao qual ele se referiu como corrupto. O líder xiita destacou que a greve de terça-feira não tinha como intenção sabotar a conferência de Paris.