O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, disse que a Síria vai responder a ataques israelenses ao redor de Damasco dando ao grupo libanês armas novas sofisticadas, já que Israel alega que seus ataques foram lançados para evitar que isso acontecesse.
"Se o objetivo do ataque era impedir o fortalecimento das capacidades da resistência, então a Síria vai dar à resistência armas sofisticadas, nunca antes vistas", disse ele em um discurso televisionado nesta quinta-feira (9).
"A resistência está preparada para aceitar qualquer armamento sofisticado, mesmo se for para quebrar o equilíbrio (na região)", afirmou Nasrallah.
"Nós somos dignos de ter tais armas e as usaremos para defender o nosso povo, o nosso país e nossos locais sagrados", completou.
Israel lançou uma série de ataques perto da capital síria na última sexta-feira e seguiu com ataques aéreos no início da manhã de domingo que abalaram a cidade.
Fontes ocidentais e de Israel disseram que os ataques tinham o objetivo de impedir que a Síria enviasse mísseis iranianos para o grupo xiita libanês Hezbollah, que travou uma guerra com Israel em 2006 e é um forte aliado do presidente sírio, Bashar al-Assad, em sua luta contra uma revolta de dois anos.
A Síria é uma importante aliada do governo xiita do Irã e é apontada como canal para o Hezbollah. Israel teme que o grupo poderia atuar como um representante do Irã ao longo da fronteira sul do Líbano com Israel.
As preocupações na região estão cada vez maiores porque a guerra na Síria está ultrapassando as fronteiras.
Líbano e Síria estão tecnicamente em estado de guerra com Israel desde o estabelecimento do Estado judeu em 1948, embora a Síria tenha mantido a sua fronteira com Israel em calmaria por décadas.
O líder do Hezbollah disse ainda no discurso que suas forças apoiariam qualquer esforço da Síria para recuperar as Colinas de Golã, ocupadas por Israel.
"Anunciamos que estamos com a resistência popular da Síria e oferecemos apoio material e espiritual, assim como coordenação, a fim de libertar a Golã síria", afirmou.
Nos dias seguintes aos ataques israelenses, programas de notícias estatais da Síria citaram fontes anônimas dizendo que Damasco havia dado o sinal verde para a realização de operações contra Israel a partir das Colinas de Golã, após décadas de calmaria na fronteira. No entanto, até agora não houve sinais claros do aumento da militarização.
As Colina de Golã tornaram-se nos últimos meses um campo de batalha entre as forças de Assad e os rebeldes que lutam para derrubá-lo. A guerra civil síria já deixou mais de 70 mil mortos.