O Hezbollah disse nesta segunda-feira (16) que se vê no direito de adquirir armas antiaéreas para usar contra os aviões israelenses que cotidianamente violam o espaço aéreo libanês.
As declarações do dirigente Hassan Nasrallah foram o primeiro sinal claro de que o grupo poderia já ter obtido tal sistema, o que deve inflamar as tensões com Israel, dois anos e meio depois de uma guerra de 34 dias entre os dois inimigos.
"A cada poucos dias há um relato (na imprensa israelense) de que a resistência obteve armas avançadas de defesa aérea, é claro que não confirmo nem nego isso", disse Nasrallah num comício alusivo ao primeiro aniversário do assassinato do comandante militar Imad Moughniyeh.
"O que eu quero confirmar hoje é que temos todo o direito de obter qualquer arma, inclusive armas de defesa aérea, e temos todo direito de usar tais armas", afirmou.
De acordo com Nasrallah, a obtenção desse arsenal seria decisiva num eventual conflito com Israel, já que o planejamento militar do Estado judeu depende pesadamente da sua supremacia aérea.
Nasrallah tem sido mais explícito ao falar da capacidade militar do grupo xiita desde a guerra de 2006, como parte de sua estratégia de dissuasão.
O grupo conseguiu se rearmar e aumentar o seu contingente nos meses seguintes à guerra, apesar de uma resolução do Conselho de Segurança que proibia o envio de material bélico à facção.
Israel realiza sobrevoos diários no Líbano, também violando uma resolução da ONU, mas sob o argumento de que precisa monitorar a movimentação militar do Hezbollah.
Nasrallah reiterou sua promessa de vingar a morte de Moughniyeh, ocorrida em 12 de fevereiro de 2008 em Damasco. "Esta promessa será cumprida, se Deus quiser", disse ele.
Israel não assumiu a autoria do carro-bomba que matou o militante, mas celebrou a morte de um homem que passou 25 anos na lista de terroristas mais procurados pelos EUA.
Moughniyeh era apontado como responsável por uma onda de sequestros de ocidentais em Beirute na década de 1980, além de atentados letais contra alvos dos EUA e Israel no Líbano e em outros países.
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