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Oriente Médio

Hezbollah lança 200 mísseis contra Israel, que amplia bombardeio ao Líbano

A milícia xiita libanesa Hezbollah intensificou os ataques a Israel. Nas últimas 24 horas, mais de 200 mísseis atingiram o norte do país. Desde o início do conflito, a milícia lançou mais de dois mil mísseis em Israel. Mais de um milhão de israelenses estão vivendo em abrigos antiaéreos. Na fronteira, tanques e tropas de Israel intensificam a ofensiva com pequenas incursões, tomando aldeias do sul do Líbano, mas até agora não houve uma invasão em larga escala. O Exército israelense disse que ainda precisa decidir se invadirá o Líbano, enquanto o ministro da Defesa disse que Israel poderia aceitar uma nova força liderada pela Otan no sul para manter o Hezbollah afastado.

Aviões de guerra israelenses lançaram bombas contra alvos em Beirute e no leste e sul do Líbano, matando pelo menos seis civis e ferindo cerca de 80, muitos dos quais na cidade portuária de Tiro, no sul do país. Explosões ecoaram por Beirute durante ataques aéreos noturnos nos subúrbios xiitas. Aviões de guerra também destruíram um centro religioso xiita na cidade de Sidon, no sul, ferindo quatro pessoas.

Uma dúzia de ataques aéreos israelenses no Vale de Bekaa matou pelo menos um civil e feriu outros sete. Dois civis morreram em um ataque a um vilarejo do sul. Aviões de guerra israelenses também alvejaram uma torre de comunicações perto da cidade de Jezzine. Uma fotógrafa libanesa, Layal Najib, foi morta perto da cidade de Qana durante um bombardeio israelense. Ela foi a primeira vítima fatal entre os jornalistas que cobrem a guerra.O Hezbollah confirmou que os israelenses haviam tomado Maroun al-Ras depois de combates nos quais três guerrilheiros morreram, mas disse que as batalhas haviam mostrado que o exército israelense era "derrotado e inútil".

Em meio ao fogo cruzado, uma autoridade da Organização das Nações Unidas (ONU) exigia uma interrupção na violência para que a ajuda chegasse a civis desesperados. Os civis têm sofrido as conseqüências da guerra de 12 dias que já custou a vida de 365 pessoas no Líbano e de 37 em Israel.

- Estamos vivendo no inferno - disse à Reuters o fazendeiro libanês Mohammad Zabad, de 45 anos.

O operário de fábrica israelense Keren Hagigi disse ter testemunhado cenas horríveis depois que um foguete atingiu uma zona industrial em Haifa.

- Havia pessoas feridas na estrada e uma pessoas ferida no prédio também. A destruição foi terrível - disse.

O ministro da Defesa israelense, Amir Peretz, disse que Israel apoiaria o envio de uma força de paz internacional liderada pela Otan no sul do Líbano, uma idéia que Israel havia antes rejeitado.O Estado judaico considera um fracasso a atual força de paz da ONU no sul do Líbano, mas seria virtualmente impossível enviar uma força mais robusta para a região sem o consentimento do Hezbollah.A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, que parte para o Oriente Médio neste domingo, disse que buscará uma solução duradoura, não um cessar-fogo imediato.

A Síria pediu um cessar-fogo imediato neste domingo, seguido pela diplomacia, para acabar com o conflito. O vice-ministro das Relações Exteriores sírio, Fayssal Mekdad, disse que seu país estava pronto para dialogar com os Estados Unidos, mas alertou, em uma entrevista, que se Israel entrasse no Líbano e se aproximasse das fronteiras da Síria, eles entrariam no conflito.

O coordenador de ajuda emergencial da ONU, Jan Egeland, disse que a violência deve parar para permitir que os esforços de ajuda sejam implementados.

- Os foguetes que estão atingindo Israel têm que parar. O enorme bombardeio que vimos aqui, com um quarteirão após o outro sendo destruído, tem que parar - disse enquanto visitava a área destruída de Haret Hreik, em Beirute, um dos redutos do Hezbollah.

Egeland disse que o bombardeio israelense do antes populoso bairro xiita viola as leis humanitárias.

- É horrível. Eu não sabia que eram quarteirões seguidos de casas - disse a repórteres. Ele estimou que cem milhões de dólares são urgentemente necessários para os trabalhos de ajuda no Líbano, e disse que pretende viajar para Israel na terça-feira para negociar corredores seguros por ar, terra e mar.A guerra no Líbano deslocou meio milhão de pessoas. Outras estão presas pelos combates, especialmente nas cidades de fronteira.

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