O secretário-geral do movimento xiita libanês Hezbollah, o xeque Hassan Nasrallah, manifestou apoio hoje ao governo da Síria, nos seus primeiros comentários sobre a revolta da população contra o presidente Bashar Assad. Nasrallah afirmou que derrubar o regime de Damasco seria algo que apenas serviria aos interesses dos Estados Unidos e de Israel no Oriente Médio. O Hezbollah recebe e recebeu durante anos apoio do regime sírio e também do Irã. Além de receber dinheiro da Síria, o grupo xiita libanês obtém armamentos e munições a partir do território sírio.

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"Derrubar o regime na Síria é algo do interesse da América e de Israel", disse Nasrallah em discurso que marcou o "Dia da Libertação", quando os libaneses comemoram a retirada das tropas israelenses do sul do Líbano em 2000, após 18 anos de ocupação. "Eles querem derrubar o regime e substituí-lo por um governo moderado".

Embora tenha elogiado as revoltas populares que derrubaram os regimes do Egito e da Tunísia neste ano, Nasrallah pediu ao povo sírio que "proteja o seu país" e dê a chance para a liderança implementar reformas. "Nós estamos preocupados com a conspiração contra o regime sírio e também contra o povo sírio", disse Nasrallah, fazendo eco às declarações de Assad de que uma conspiração estrangeira tenta enfraquecer o seu governo. Nasrallah também rechaçou acusações feitas no Líbano de que milicianos do partido xiita libanês estão na Síria ajudando Assad a esmagar os manifestantes. "Isso é mentira."

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Nasrallah comentou ainda a situação de impasse nas negociações entre Israel e os palestinos. Segundo ele, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, "deram um golpe mortal" no processo de paz. Ele também criticou os aplausos que Netanyahu recebeu na terça-feira no Congresso americano após discursar no local. "Ontem, a América se chamava Netanyahu." As informações são da Associated Press.

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