O grupo xiita Hezbollah negou nesta terça-feira (20) as acusações do governo dos Estados Unidos de que está envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas de US$ 300 milhões, e seu vice-líder, o xeque Naim Kassem, afirmou que as acusações são falsas e "não enganam ninguém".
O xeque Kassem afirmou que o Hezbollah não segue "um caminho proibido pela religião" para obter suas fontes de renda e que as acusações fazem parte os esforços de Washington para sujar a imagem do movimento libanês.
Os comentários do xeque Kassem foram feitos após autoridades federais americanas terem afirmado, na semana passada, que instituições financeiras libanesas enviaram mais de US$ 300 milhões aos EUA em um esquema de lavagem de dinheiro que beneficiou o Hezbollah.
"As acusações da América de que lavamos dinheiro ou que nos financiamos com dinheiro do tráfico não enganam ninguém", disse Kassem. As declarações foram publicadas no website do Hezbollah nesta terça-feira.
Já o governo dos EUA processa em um tribunal de Manhattan algumas entidades financeiras libanesas e busca uma compensação próxima a US$ 500 milhões, por lavagem de dinheiro. Pelo menos 30 revendas de automóveis nos EUA e uma empresa de navegação comercial, também americana, estão sendo processadas no esquema.
Segundo a promotoria, pelo menos US$ 300 milhões foram enviados do Líbano aos EUA e usados para comprar automóveis, que depois foram exportados a países da África Ocidental e ao Líbano. Eles afirmam que os canais de lavagem de dinheiro do Hezbollah recebiam dinheiro do narcotráfico libanês, que depois das vendas dos carros era devolvido "limpo" ao Líbano.
As acusações do governo americano ocorreram após o indiciamento em um tribunal federal dos EUA do libanês Ayman Jouma, que está foragido. Jouma teria tentado montar uma rede de lavagem de dinheiro do tráfico para prover dinheiro ao Hezbollah, classificado desde 1997 como organização terrorista pelo Departamento de Estado do governo americano.
Um porta-voz da agência antidrogas dos EUA, Lawrence R. Payne, disse que a organização de Jouma lavou dinheiro usando a venda de 50 automóveis de luxo. Os carros foram exportados para países da África Ocidental e para o Líbano.
As informações são da Associated Press.
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