Especulações preocupam republicanos
Apesar do apoio crescente que tem ao seu redor, Hillary Clinton é evasiva ao falar sobre sua intenção de concorrer pelo Partido Democrata à Casa Branca, disputa que perdeu em 2008 para Barack Obama, nas primárias do partido.
"Não estou pensando em nada desse tipo atualmente", afirmou em entrevista pouco após deixar de ser a chefe da diplomacia americana. Poucos duvidam, apesar de seu silêncio, que não esteja ponderando seriamente a candidatura para 2016. Os republicanos, rivais que enfrentam uma profunda crise interna após a derrota sofrida ano passado por Mitt Romney para Obama, levam muito a sério tudo o que tem a ver com Hillary.
Televisão
Sem dar muitas explicações, o Comitê Nacional Republicano (RNC, na sigla em inglês) decidiu não se associar com as cadeias de televisão NBC e CNN para a transmissão dos debates das primárias republicanas, caso os canais continuem com a produção de dois documentários sobre a ex-chefe da diplomacia americana.
A NBC planeja uma minissérie sobre Hillary protagonizada por Diane Lane e a CNN está trabalhando em um documentário sobre a vida dela. O presidente do RNC criticou as emissoras e afirmou que os programas sobre Clinton são "campanhas de propaganda disfarçadas" para 2016 e "uma amostra do espírito antirrepublicano destes canais."
A ex-secretária de Estado americana Hillary Clinton reapareceu na mídia na semana passada, durante a primeira de uma série de conferências sobre transparência e segurança nacional que fará em todo o país. Sua presença nos holofotes alimenta as especulações sobre as aspirações presidenciais da ex-primeira-dama.
Após alguns meses de descanso depois de deixar a secretaria de Estado no começo do ano, Hillary voltou a aparecer em público no mês de abril, fazendo palestras com cachê de US$ 200 mil (R$ 470 mil), e em junho abriu uma conta no Twitter.
Na última semana, Hillary, 65 anos, anunciou em San Francisco o início de um ciclo de conversas sobre transparência, segurança nacional e o impacto da liderança americana. Seu porta-voz, Nick Merril, confirmou que várias universidades, como Harvard, Yale e New York University, entraram em contato para convidá-la a ministrar palestras, o que aumentaria ainda mais sua visibilidade.
Poucas figuras contam com o magnetismo e a influência na política americana que tem Hillary Clinton, cuja hipotética candidatura já tem respaldo. Logo após sua saída do governo, um grupo de simpatizantes lançou "Ready for Hillary" ("Prontos para Hillary"), um "SuperPac" (movimento formado por entidades) de apoio à ex-primeira-dama.
Esforços
"Nossos esforços estão todos voltados para que Hillary se candidate à Presidência. Não sabemos o que ela fará, mas esperamos que compreenda o nível de apoio e de entusiasmo que tem em todo o país", explicou Seth Bringman, diretor de comunicação do "Ready for Hillary", sediado na Virgínia.
Segundo Bringman, o grupo já tem mais de 10 mil filiados. Através dele já foram arrecadados mais de US$ 1 milhão desde o começo do ano e foi assinado um acordo com dois dos principais assessores da campanha de reeleição do presidente Barack Obama em 2012.