A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, abriu o caminho nesta sexta-feira (23) para a retomada da ajuda militar dos Estados Unidos ao Egito, de cerca de 1,3 bilhão de dólares anuais, depois que foram cumpridas as condições exigidas pelo Congresso americano.
Hillary "certificou-se no Congresso de que o Egito cumpria suas obrigações em relação ao tratado de paz com Israel", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.
A chefe da diplomacia americana "certificou-se de que, do ponto de vista da segurança dos Estados Unidos, a transição democrática no Egito satisfazia as exigências legislativas e permitia a retomada da (...) ajuda militar" a esse país, destacou Nuland.
A ajuda econômica de 250 milhões de dólares anuais nunca esteve em questão.
Uma fonte do Departamento de Estado havia informado na quinta-feira que "do ponto de vista da democracia, o Egito realizou mais avanços em 16 meses do que nos últimos 60 anos", destacando como exemplo as eleições parlamentares e a transferência do poder legislativo à nova Assembleia do Povo.
A ajuda militar dos Estados Unidos, que contribuiu para fortalecer os vínculos entre Washington e Cairo há três décadas e que se concretizou no tratado de paz de 1979 entre Egito e Israel, foi impugnada quando as autoridades egípcias reprimiram as organizações pró-democracia.
As relações entre Washington e Cairo se deterioraram nas últimas semanas devido aos processos na Justiça egípcia contra 43 membros de ONGs, entre elas vários americanos, acusados de receber financiamento externo ilegal e de se envolver em assuntos políticos do país.
Apesar de os processos continuarem, altos funcionários americanos afirmam que o Egito fez progressos rumo à democracia, e Washington vê a cooperação com o Cairo como uma questão de interesse nacional.
Mas a decisão de retomar a ajuda militar ao Cairo "tem por meta mostrar nosso forte apoio ao papel constante do Egito como parceiro na (busca por) segurança e na promoção da estabilidade e da paz na região", declarou Nuland.
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