A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, advertiu o Irã a parar de interferir no Bahrein e em outros países árabes na região do Golfo Pérsico. Falando a repórteres ao fim de um encontro de cúpula sobre a Líbia em Paris, Hillary afirmou que os Estados Unidos "têm um compromisso firme com a segurança do Golfo" e que "nossa prioridade máxima é trabalhar junto com nossos parceiros em torno de nossa preocupação com o comportamento do Irã na região".
A declaração contrasta com a afirmação feita sábado passado pelo secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates. Durante visita a Manama, a capital do Bahrein, ele havia dito que "não temos nenhuma evidência que sugira que o Irã tenha iniciado nenhuma dessas revoluções populares ou manifestações na região". Manama é sede da 5ª Frota da Marinha dos EUA.
O Bahrein é uma monarquia absolutista aliada aos EUA que está enfrentando manifestações pró-democracia há três semanas. Tropas da vizinha Arábia Saudita, também aliada dos EUA, entraram no país esta semana para ajudar a reprimir os protestos, deixando pelo menos 12 manifestantes mortos. A família real e a elite econômica do Bahrein são sunitas, mas a maioria da população é xiita.
Hillary disse que o Bahrein tem um "direito soberano" de pedir ajuda das tropas sauditas, mas afirmou que a violência não é a forma de lidar com a situação. "O uso das forças de segurança, isolado, não vai resolver os desafios que o Bahrein está enfrentando. A violência não é e não pode ser a resposta. A solução é um processo político", comentou a secretária norte-americana.
Ontem, tropas locais desmantelaram o monumento de 90 metros de altura na Praça Pérola, no centro de Manama, que havia se tornado um símbolo do movimento oposicionista. O ministro das Relações Exteriores do Bahrein, príncipe Khalid bin Ahmed al Khalifa, disse que o Exército derrubou o monumento "porque ele era uma memória ruim". "Não estamos travando uma guerra, estamos restaurando a lei e a ordem", acrescentou o príncipe. Não houve confrontos violentos entre tropas e manifestantes hoje.
No campus da Universidade de Teerã, durante as orações muçulmanas da sexta-feira, o aiatolá iraniano Ahmad Jannati disse que "os irmãos e irmãs no Bahrein devem resistir ao inimigo até a vitória ou a morte". Os participantes da cerimônia gritaram frases como "Não há Deus senão Alá", e "Al Saud é inimigo de Deus", numa referência à família real saudita.
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