Em Londres, Hillary e David Miliband discutem programa nuclear do Irã| Foto: Reuters

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse neste domingo (11) que as potências internacionais não esperarão para sempre para o Irã provar que não está desenvolvendo bombas nucleares.

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O ministro das Relações Exteriores britânico, David Miliband, que se encontrou com Hillary em Londres, afirmou que o Irã nunca teve uma oportunidade melhor para estabelecer laços normais com o restante do mundo, mas que tinha que começar a se comportar como um "país normal".

O Irã concordou, em um encontro com seis potências mundiais em Genebra, no dia 1o de outubro, em permitir que especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) tenham acesso a uma recém-descoberta usina de enriquecimento de urânio perto da cidade de Qom.

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Hillary afirmou que o encontro foi um início construtivo, mas acrescentou que as conversas têm de ser sucedidas por ações.

"A comunidade internacional não ficará esperando indefinidamente por evidências de que o Irã está preparado para se comprometer com suas obrigações internacionais", afirmou ela em coletiva de imprensa.

Neste domingo, o Irã sugeriu que pode aumentar o seu enriquecimento de urânio, comentários que devem acrescentar preocupação entre as potências ocidentais, que suspeitam que Teerã está desenvolvendo armas nucleares. O Irã nega as acusações.

Devem ocorrer em 19 de outubro, em Viena, negociações sobre uma proposta para que o urânio do Irã seja mandado para processamento no exterior e depois retorne ao país.

Tragédia iraniana

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A Grã-Bretanha e os Estados Unidos são parte de um grupo de seus potências internacionais que tentam apaziguar a disputa com o Irã sobre o programa nuclear. Miliband disse que o Irã precisa ganhar o direito de que o mundo confie em seu projeto.

"Acho que a história do Irã de programas secretos e acobertados explica por que a comunidade internacional não tem confiança nos protestos do regime iraniano sobre os aspectos ou propósitos puramente pacíficos de seu programa nuclear", afirmou.

Hillary criticou o governo iraniano sobre a forma utilizada por Teerã para lidar com manifestações após a eleição presidencial, em junho.

"É trágico como um país que tem uma história tão sensacional, com tanto para dar ao resto do mundo, tem tanto medo do seu próprio provo," acrescentou.

Os comentários foram feitos após a divulgação de um relatório, no sábado, de que uma corte iraniana sentenciou três pessoas à pena de morte devido aos protestos de rua que surgiram após a eleição, em junho, além de ligações com grupos exilados de oposição.

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A votação garantiu a reeleição do presidente linha-dura Mahmoud Ahmadinejad.