A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, desembarcou ontem em Brasília, após passar pelo Uruguai, Argentina e Chile, com o objetivo principal de pressionar o Brasil a tratar do abuso aos direitos humanos com o Irã. A número 1 da diplomacia de Washington não participaria de encontros oficiais à noite, e apenas se reuniria com o embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon. Hoje, Hillary se encontrará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o chanceler Celso Amorim.
Na reunião com Amorim serão assinados acordos nas áreas de mudança climática, políticas de gênero e cooperação. Hillary ainda irá hoje a São Paulo, onde participará de um debate na Universidade Zumbi dos Palmares.
A Casa Branca defende uma "parceria" com o Brasil, até mesmo em temas espinhosos como Irã e Cuba. Mas alerta que o governo brasileiro deve pensar no futuro de sua relação com Washington e, se optar por ser uma ponte com credibilidade entre o Ocidente e o Irã ou com Cuba, terá também de combater a repressão nesses locais. Esse foi o recado dado pela Casa Branca horas antes da chegada de Hillary.
A vice-secretária de Estado norte-americana, Maria Otero, foi enfática ontem sobre a visita que Lula fará ao Irã.
"Esperamos que o presidente Lula use essa oportunidade para poder se dirigir às autoridades e falar sobre os abusos aos direitos humanos. Os abusos são muito fortes e incluem também tortura", disse Otero, em Genebra.