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Em foto deste domingo (6), Hillary discursa em igreja da Filadélfia, na Pensilvânia. | Justin Sullivan/AFP
Em foto deste domingo (6), Hillary discursa em igreja da Filadélfia, na Pensilvânia.| Foto: Justin Sullivan/AFP

Neste domingo (6), Hillary Clinton exibia uma leve vantagem nas pesquisas para as eleições presidenciais que acontecem na próxima terça-feira (8) nos Estados Unidos, enquanto Donald Trump iniciava uma maratona por cinco estados em um esforço extremo para reduzir as distâncias a dois dias das eleições.

Os principais candidatos organizaram para os dois últimos dias de campanha uma agenda frenética, concentrada nos estados onde as pesquisas não indicam um claro favorito ou onde a disputa está mais acirrada.

Entre domingo (6) e segunda-feira (7), Trump pretende realizar campanhas em Iowa, Minnesota, Michigan, Pensilvânia, Flórida, Carolina do Norte e New Hampshire, estados considerados fundamentais para conseguir a vitória.

“O impulso está do nosso lado”, disse o presidente do Comitê Nacional do Partido Republicano, Reince Priebus, à rede de televisão ABC. “Se ganharmos um estado como Michigan, a eleição estará liquidad”.

Para a equipe de campanha de Hillary, contudo, a insistência de Trump no estado de Michigan é apenas um ato desesperado.

“Nós nos sentimos bem, estamos encerrando a campanha de forma muito forte, mas é óbvio que ainda temos uma incrível quantidade de trabalho para fazer”, declarou o coordenador da campanha de Hillary, John Podesta.

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Ajudinha de LeBron James

Por via das dúvidas, Hillary uma escala em Michigan prevista para este domingo (6). O site especializado RealClearPolitics estima que a candidata tem ali uma vantagem de cerca de quatro pontos percentuais (45%) sobre Trump (41%).

Uma pesquisa realizada pela rede de televisão NBC e pelo jornal Wall Street Journal atribui a Hillary uma vantagem de quatro pontos percentuais sobre Trump (44% e 40%), em uma consulta que incluiu os outros dois candidatos minoritários na disputa.

O especialista em pesquisas Nate Silver, do site especializado FiveThirtyEight, apontou que “se [Hillary] tem somente 44% das intenções de voto, isso significa, de alguma forma, que é vulnerável na maioria das regiões que ainda estão indefinidas”.

Em resumo, acrescentou, que a apenas dois dias da campanha “alguém preferiria estar nos sapatos de Hillary do que nos de Trump, mas não é uma posição extraordinariamente segura”.

Contudo, um estudo da empresa Catalist, que trabalha com base de dados eleitorais, apontou um forte crescimento na expectativa de voto nas comunidades latinas dos Estados Unidos, uma tendência que pode beneficiar substancialmente Hillary.

Neste domingo (6), o compromisso na agenda da ex-secretária de Estado é um comício em Cleveland, Ohio, estado para o qual retornará pela quarta vez em apenas 17 dias. Lá, fará campanha com a presença do astro de basquete LeBron James.

Até a cantora Katy Perry compareceu ao comício de Hillary na Filadélfia, no último sábado (5)Brendan Smialowski/AFP

Tensão crescente

O ritmo frenético das duas campanhas é reflexo deste cenário, muito mais tenso do que Hillary ou Trump estão dispostos a admitir.

A disputa acirrada convenceu a equipe da ex-secretária de Estado a encerrar a campanha na segunda com as cartas mais pesadas que tem na manga: ela levará ao palco seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, acompanhado do atual presidente, Barack Obama, e sua extraordinariamente popular esposa Michelle.

A tensão nesta reta final da campanha se tornou evidente na noite de sábado (5), quando foi registrada uma confusão em um comício de Trump e o candidato precisou ser retirado rapidamente do palco por agentes do Serviço Secreto.

O incidente ocorreu quando um homem com um cartaz que dizia “Republicanos contra Trump” foi agredido por seguidores do candidato. O homem foi detido e, posteriormente, liberado, ao ser constatado que não portava nenhuma arma de fogo.

No entanto, um dos filhos de Trump mencionou no Twitter que seu pai havia sido alvo de uma “tentativa de assassinato”.

Sem opção para Trump

Imediatamente, fontes da equipe de Hillary ironizaram Trump e o incidente, alegando que se tratava de um sintoma de pânico.

Em resposta, a equipe de Trump sugeriu que a decisão de levar Obama ao palco em um ato em Michigan, além de uma nova viagem à Carolina do Norte, era sinal de desespero diante da possibilidade da derrota.

Robby Mook, um dos porta-vozes da campanha de Hillary, disse que Trump precisará vencer as eleições em todos os estados onde a disputa é acirrada para chegar à Casa Branca.

“Se nós vencermos na Pensilvânia e na Flórida, não há opção para Trump”, disse.

Para além da diferença entre os dois candidatos nas pesquisas, o sistema eleitoral americano determina que a briga é vencida ou perdida no Colégio Eleitoral, onde serão necessários 270 dos 538 votos para alcançar a presidência.

Além disso, na maioria dos estados o vencedor leva todos os votos, e por isso a disputa em alguns deles, como a Flórida, que atribui 29 votos, é encarada como fundamental.

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