Hillary Clinton e Donald Trump retomaram nesta quarta-feira suas campanhas fortalecidos pelas vitórias nas primárias de Nova York. A ex-secretária de Estado está muito próxima da indicação democrata, enquanto o futuro do magnata republicano é mais incerto. Os dois lideram as pesquisas na Pensilvania, o estado mais importante dos cinco em disputa no dia 26 de abril.
“A corrida pela indicação está na reta final e nossa vitória está à vista”, declarou na noite de terça-feira a ex-senadora por Nova York, 68 anos, aclamada por seus partidários.
Hillary obteve 57,9% dos votos, contra 42,1% para o senador por Vermont, Bernie Sanders, uma diferença superior aos 13 pontos que antecipavam as pesquisas.
“Há muito mais coisas que nos unem do que coisas que nos separam”, disse Hillary sobre seu adversário nas primárias, já de olho na disputa contra os republicanos.
Mas Sanders, o chamado “socialista democrático”, de 74 anos, se nega a jogar a toalha. “Há cinco primárias na próxima semana, pensamos que vamos ganhar e abrir o caminho para a vitória final. Viemos de muito longe e já vencemos em muitos Estados”.
Após descansar nesta quarta-feira, Sanders prevê voltar à campanha na quinta, na Pensilvânia, que realiza primárias no dia 26 de abril, junto a outros quatro estados do leste e nordeste do país: Connecticut, Delaware, Maryland e Rhode Island.
Trump otimista
A vitória em Nova York permitiu a Donald Trump recuperar a iniciativa na corrida republicana, após uma série de derrotas no centro e meio-oeste para o senador texano Ted Cruz.
O magnata, de 69 anos, viajou a Indiana, que realizará primárias no dia 3 de maio, onde fez um discurso como o escolhido dos republicanos.
“Estão vendo a situação deste país onde os empregos são tirados dos nossos estados. Não falo apenas d’aqui, estão sendo tirados dos nossos estados, do nosso país. É como se roubassem doces de uma criança”, disse Trump em referência ao México e à China.
Trump recebeu 60,5% dos votos em Nova York, contra 25,1% para o governador de Ohio, John Kasich, e 14,5% para o senador do Texas Ted Cruz.
“Não falta muita coisa baseado no que estou vendo na televisão. O senador Cruz está matematicamente eliminado”.
Trump conta agora com 840 delegados, e faltam 670 para garantir a indicação republicana, o que tentará conquistar nas 15 primárias republicanas ainda não realizadas.
Caso nenhum candidato obtenha a maioria de delegados requerida, a convenção ficará em aberto e não será obrigada a indicar Trump.
O polêmico multimilionário, que deixou a corrida à Casa Branca de cabeça para baixo com sua campanha agressiva, acusa seu partido de querer bloquear sua indicação e denuncia regras “deturpadas” na atribuição de delegados, que nem sempre corresponde ao voto dos eleitores.
Ted Cruz avaliou que a vitória de Trump em Nova York foi apenas a de “um político que ganha em seu Estado”, em referência à base eleitoral do magnata.
“Ninguém tem os 1.237 delegados. Donald sabe disto. Vamos para uma convenção dividida e em uma convenção dividida a única forma de ser o indicado é ganhando o apoio de uma maioria dos delegados eleitos pelo povo”, afirmou Cruz em um ato de campanha em Hershey (Pensilvania).
“A razão pela qual Donald está tão alterado e repete o mantra de que a corrida terminou é porque sabe que não conseguirá a maioria dos delegados...”
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