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A China disse na sexta-feira (4) que o dissidente cego Chen Guangcheng pode se candidatar a estudar no exterior, num anúncio que foi elogiado pela secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, e que sugere um fim próximo para o atual impasse diplomático entre Washington e Pequim. Mas ativistas de direitos humanos alertaram contra qualquer excesso de expectativas envolvendo uma saída rápida de Chen do país, e disseram que o governo chinês pode estar preocupado em não parecer brando demais para não estimular outros desafios em um ano de transição interna na cúpula do Partido Comunista. O posicionamento chinês foi divulgado pela chancelaria após Chen fazer por telefone a parlamentares dos EUA um dramático apelo para deixar a China. Chen passou 19 meses em prisão domiciliar extrajudicial numa aldeia da província de Shandong, de onde fugiu no mês passado para se refugiar na embaixada dos EUA em Pequim. Após seis dias de impasse, autoridades dos dois países negociaram um acordo que supostamente lhe dava garantias de segurança para continuar na China e fazer um curso universitário, como era sua intenção. Mas Chen, de 40 anos, mudou de ideia logo depois de sair da embaixada e ser internado em um hospital para tratar de uma fratura no pé, alegando haver riscos para si e sua família. Em uma breve declaração, o porta-voz da chancelaria chinesa, Liu Weimin, disse que Chen Guangcheng "está atualmente sendo tratado no hospital", e que "se ele quer estudar no exterior, pode solicitar por meio dos canais normais aos departamentos relevantes, em concordância com a lei, como qualquer outro cidadão chinês". Hillary, que está em Pequim para reuniões com autoridades locais, disse que o embaixador dos EUA na China, Gary Locke, conversou novamente com Chen na sexta-feira, quando ele confirmou que deseja emigrar com a família para os EUA. "Ao longo do dia houve progresso para ajudá-lo a ter o futuro que ele deseja, e vamos permanecer em contato com ele conforme esse processo avançar", disse Hillary. ""Não se trata só de ativistas conhecidos; trata-se dos direitos humanos e das aspirações de mais de 1 bilhão de pessoas aqui na China, e de bilhões de outras mundo afora, e trata-se do futuro desta grande nação e de todas as nações", acrescentou. A Universidade de Nova York confirmou em nota que convidou Chen para estudar Direito.

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