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A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, faz na semana que vem sua primeira incursão no processo de paz entre árabes e israelenses, prometendo mais de 900 milhões de dólares em ajuda para a Faixa de Gaza, mas com escassas perspectivas de uma retomada imediata das negociações.

Especialistas dizem que o momento não poderia ser pior, já que um novo governo de direita está sendo montado em Israel, como resultado das eleições deste mês, e não há avanços nos esforços egípcios para a criação de um governo palestino de unidade nacional.

Hillary estará na segunda-feira no Egito para uma conferência de doadores dispostos a ajudar na reconstrução da Faixa de Gaza depois da invasão israelense de dezembro. Também na semana que vem, se reunirá com autoridades israelenses e palestinas, em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada.

"A visita está destinada a tentar fazer algum movimento em termos de levar israelenses e palestinos de volta a algum tipo de processo de paz, mas isso é complicado", disse uma fonte de primeiro escalão do Departamento de Estado.

O ex-presidente Bill Clinton se empenhou até seu último dia no cargo para obter um acordo entre palestinos e israelenses. Hillary, esposa dele, deixou claro que fará o mesmo. "Este governo (de Barack Obama) sente que temos de permanecer engajados, e com regularidade. Trata-se de manter as pessoas focadas no prêmio", disse a fonte do Departamento de Estado.

O enviado especial do governo Obama para o Oriente Médio, George Mitchell, já fez uma visita ao Oriente Médio.

Em Israel, Hillary deve se reunir com o futuro premiê, o direitista Benjamin Netanyahu, e com os atuais ministros de Relações Exteriores, Tzipi Livni, e Defesa, Ehud Barak. Cada um deles pertence a um partido distinto e foram rivais na recente eleição. "Devido à situação na política local, ela tem de estar no modo de audição", disse Daniel Levy, pesquisador da Fundação Nova América, de Washington.

Netanyahu promete negociar a paz com os palestinos, mas pretende dar mais ênfase a questões imediatas de segurança e recuperação econômica do que a soluções de longo prazo, como a definição de fronteiras e o destino de refugiados.

"O ponto é tentar conversar com todos eles e mantê-los focados quando houver um novo governo (em Israel)", disse a fonte norte-americana.

De acordo com Levy, Hillary teria de se esforçar para não dar a impressão de ingerência na política interna. "Qualquer coisa que ela disser será interpretada como uma tomada de posição nas negociações (para a formação) da coalizão. Ela provavelmente manterá seus comentários ao mínimo, o que leva à pergunta sobre por que ir até lá."

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