A secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton pediu à Organização dos Estados Americanos (OEA) que readmita Honduras, expulso da organização no ano passado por causa de um golpe de Estado que depôs o então presidente Manuel Zelaya. "É hora de o Hemisfério como um todo seguir adiante e saudar Honduras de volta à comunidade interamericana", disse Hillary aos delegados de 33 membros ativos da OEA em sua Assembleia Geral, em Lima.
Países sul-americanos, com exceção do Peru e da Colômbia, contestaram a eleição que em novembro elegeu Porfírio Lobo como presidente porque o pleito foi organizado pelos apoiadores do golpe de 28 de junho.
Hillary disse que a região viu que Honduras elegeu Lobo em "eleições livres e justas" e que o novo presidente "cumpre suas obrigações sob os acordos Tegucigalpa-San José".
Esses acordos exigem a formação de um governo de reconciliação nacional e uma comissão da verdade para analisar o golpe, disse ela.
O Brasil, que abrigou Zelaya em sua embaixada em Tegucigalpa após o golpe, pediu que os países da região não se apressem em readmitir Honduras.
Em seu discurso de dez minutos, Hillary fez pressão para que novos passos sejam dados na direção da democracia na América Latina, encontrando formas melhores para evitar crises antes que elas ocorram como aconteceu em Honduras e fazendo mais para fortalecer os direitos humanos.
Rachar a conta
Ela também pediu aos países que sigam o apelo do presidente Barack Obama, que pediu ao Congresso americano um aumento de 3% na contribuição dos Estados Unidos à OEA, dizendo que "o caminho atual é fiscalmente insustentável".
Segundo ela, a OEA deve estabelecer prioridades de ação e os demais membros devem compartilhar os gastos burocráticos da entidade. O orçamento anual da OEA é de US$ 178 milhões, arrecadado com as cotas de seus membros, mas os Estados Unidos respondem por 60% desse valor.
Hillary Clinton iniciou sua viagem para a América Latina e o Caribe na noite de domingo, quando desembarcou em Lima.
Sua sétima visita à América Latina como a principal diplomata norte-americana termina na quinta-feira. Além da reunião na OEA em Lima, ela fará escalas posteriores no Equador, Colômbia e Barbados.