A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, enviou ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, uma série de medidas que ela espera que Israel tome a fim de restaurar a confiança na relação entre os dois países, informa hoje o jornal israelense "Haaretz". Entre essas medidas está o cancelamento da decisão de Israel de construir novas casas em Jerusalém Oriental área que os palestinos querem como capital de seu futuro Estado independente.
Hillary tratou de suas expectativas durante um telefonema com Netanyahu, na sexta-feira, no qual ela criticou as novas construções. O anúncio da permissão para mais 1.600 casas em Jerusalém Oriental foi feito na semana passada durante visita ao Oriente Médio do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
A secretária norte-americana espera que o governo israelense investigue o processo que levou ao anúncio no meio da visita de Biden e pede também o cancelamento da decisão de construir mais residências, segundo o "Haaretz".
Ela também requisitou um gesto de reconciliação dos israelenses aos palestinos, para permitir a retomada das negociações indiretas de paz. Isso poderia incluir a libertação de centenas de prisioneiros palestinos, além de uma declaração oficial de que as conversas com os palestinos incluirão todos os temas em que há divergências, segundo o diário.
O embaixador israelense em Washington, Michael Oren, afirmou que a relação entre Israel e os EUA é a pior em 35 anos, segundo outro jornal local. "As relações israelenses com os EUA estão enfrentando sua pior crise desde 1975", afirmou Oren, também um respeitado historiador do Oriente Médio, em entrevista ao "Yediot Aharonot".
Em 1975, Washington pediu que Israel se retirasse parcialmente da península egípcia do Sinai, então sob ocupação israelense. O tema criou uma grande crise entre os dois tradicionais aliados.
No impasse atual, vários funcionários norte-americanos condenaram a época do anúncio e também seu conteúdo, pois, segundo a administração norte-americana, a construção de novas casas foi considerada um revés para os avanços nos esforços de paz. Um importante assessor do presidente Barack Obama, David Axelrod, qualificou o fato como um "insulto" e "destrutivo".