A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, pediu nesta sexta-feira que a África do Sul use sua influência para estimular reformas no vizinho Zimbábue, e prometeu uma maior proximidade do governo Obama com Pretória depois dos atritos no governo Bush.

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Antes de se reunir na sexta-feira com a chanceler sul-africana, Hillary disse que pediria ao novo governo de Jacob Zuma que pressione o Zimbábue a acelerar suas reformas políticas, cuja demora ainda afeta o fluxo de ajuda internacional ao país.

"A África do Sul está muito ciente dos desafios representados pela crise política no Zimbábue, porque a África do Sul tem 3 milhões de refugiados do Zimbábue", disse Hillary em entrevista coletiva depois do encontro com a ministra Maite Nkoana-Mashabane.

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"E cada um desses refugiados representa um fracasso do governo zimbabuano em cuidar da sua própria gente, e um ônus que a África do Sul tem de arcar", acrescentou.

"Como vocês sabem, estamos tentando atingir a liderança do Zimbábue com sanções que achamos que possam influenciar seu comportamento sem prejudicar o povo do Zimbábue", disse Hillary.

Para retomar ou ampliar a ajuda, Washington exige provas de que estão ocorrendo reformas políticas, sociais e econômicas sob o comando do presidente Robert Mugabe e do seu gabinete de coalizão nacional, integrado pelo líder oposicionista e agora primeiro-ministro Morgan Tsvangirai.

Mugabe, no poder desde o fim da colonização britânica, em 1980, e tido como responsável pela atual ruína econômica do país, argumenta que problemas como hiperinflação e colapso da infraestrutura se devem às sanções internacionais.

Zuma, que no sábado se encontra com Hillary na cidade litorânea de Durban, assumiu uma posição mais dura em relação ao Zimbábue do que seu antecessor, Thabo Mbeki. Mas os EUA querem mais.

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No campo bilateral, Hillary acredita que haverá uma onda de boa vontade devido à posse de novos governos na África do Sul e nos EUA, levando a uma melhor relação do que sob o governo Bush.

"Sei que a ministra e eu estamos interessadas em garantir que nossos dois países não só liderem como demonstrem o tipo de cooperação que resultará em resultados positivos para as pessoas do mundo", afirmou a norte-americana.

Nkoana-Mashabane admitiu que a relação com o governo anterior dos EUA era ruim, e disse que pretende "elevar" os contatos com a equipe de Obama. Afirmou ainda que a África do Sul está comprometida em motivar o Zimbábue a acelerar suas reformas.

Hillary, numa viagem de 11 dias pela África, também se reuniu com o ex-presidente Nelson Mandela, Nobel da Paz e ícone da luta sul-africana contra o regime de segregação racial. Não foram divulgados detalhes do encontro, ocorrido em Johanesburgo, metrópole próxima a Pretória, onde a secretária também se reuniria mais tarde com líderes empresariais locais.

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